Advogada de médicos da Prevent Senior é ouvida na CPI da Covid
A CPI da Covid toma hoje (28) o depoimento da advogada Bruna Morato, representante de médicos que trabalharam na rede de hospitais da Prevent Senior e elaboraram um dossiê entregue à comissão com denúncias sobre tratamentos ineficazes que a empresa oferecia a pacientes com covid-19, inclusive pressionando os profissionais de saúde a receitar medicamentos como hidroxicloroquina e a alterar prontuários de pacientes.
A CPI também apura se a Prevent Senior realizou experimentos com pacientes sem autorização das famílias e da Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep) e se esses estudos teriam sido usados pelo Ministério da Saúde por meio do "gabinete paralelo”. O pedido para ouvir Morato foi apresentado pelo senador Humberto Costa (PT-PE).
Na última quarta-feira (22), quando a CPI ouviu o diretor-executivo da operadora Pedro Benedito Batista Jr, senadores denunciaram que relatos e mensagens apresentados por médicos que trabalharam na empresa de saúde indicam que a Prevent Senior alterava atestados de óbitos para ocultar a morte de pacientes por covid-19. Eles também afirmaram que o dossiê apontava para indícios de que os médicos da rede seriam orientados a fraudar os prontuários, alterando a CID (Classificação Internacional de Doença) dos pacientes que deram entrada com covid-19 e colocando no lugar qualquer outra doença.
Em seu depoimento, Batista Jr. chegou a admitir alteração da CID em prontuários médicos, mas negou as acusações contidas no dossiê, que classificou de “fraudulento”. Os senadores querem agora esclarecer os detalhes do documento junto a representante dos médicos e confrontar os dados.
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