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08/09/2021 - 08:29 | Atualizada: 08/09/2021 - 20:35

Estratégia de Bolsonaro falhou; agora só lhe resta o impeachment

Em queda livre nas pesquisas de intenção de votos, Jair Bolsonaro apostou nos atos de 7 setembro na esperança de 'mostrar a foto' e convencer os militares a apoiar seu plano golpista. 

O presidente esperava 2 milhões de pessoas na Avenida Paulista, mas haviam menos de 150 mil. A soma dos manifestantes que foram às ruas pedir o fechamento do STF e 'intervenção militar com Bolsonaro no Poder', não chega a 1% da população. 

Eleito em 2018 com 57.796.986 votos, o presidente hoje está isolado e tem apoio apenas da chamada 'bolha', liderada por um grupo do agronegócio interessado no afrouxamento criminoso da fiscalização ambiental. O desmonte do Ibama, ICMbio e Funai atendem a interesses escusos de um punhado de produtores rurais. Na prática, o presidente tem apoio de 20% do eleitorado. 

Bolsonaro sabe que não será reeleito, daí insistir na falsa acusação de eleições fraudáveis. Em 2018, elegeu Lula e o PT como inimigos. Hoje, o inimigo fabricado é o Supremo, simbolizado pelo ministro Alexandre de Moraes, e o presidente do TSE Luis Roberto Barroso.

Cavando o impeachment
O presidente sabe muito bem o que está fazendo. Seus atos são planejados cuidadosamente. A elevação do tom nos discursos em Brasília e São Paulo alcançaram o objetivo pretendido, o impeachment está posto à mesa. Sim, ele deseja o impeachment. Sua estratégia é ser expulso para evitar um vexame maior nas urnas em 2022.

Já entendeu que as Forças Armadas não apoiam a aventura golpista. Mesmo se o fizesse, jamais deixariam no comando um capitão da reserva afastado por indisciplina. Seu 'exército', a bolha, não aguenta nem um dia, pois têm mais o que fazer, cuidar dos seus próprios interesses. 

Resumo da história: Bolsonaro sofrerá impeachment, o Judiciário o tornará inelegível e há grande chance de ser preso, juntamente com os filhos comandantes do esquema de rachadinha.

É hora de transição e caberá a Hamilton Mourão gerir com serenidade a nação até a sucessão em janeiro de 2023.
 
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