Marcos Tolentino, apontado pela CPI como sócio oculto da FIB Bank, depõe na CPI da Covid
A CPI da Pandemia ouve nesta quarta-feira (1) o advogado Marcos Tolentino da Silva, apontado como sócio oculto da empresa FIB Bank. A convocação foi sugerida pelo vice-presidente da comissão, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP). Segundo o parlamentar, a FIB Bank forneceu à Precisa Medicamentos uma garantia irregular no negócio de compra da vacina indiana Covaxin pelo Ministério da Saúde.
Randolfe destaca que a garantia oferecida no contrato de R$ 1,61 bilhão é do tipo fidejussória, o que não estava previsto no documento assinado entre a Precisa, o Ministério da Saúde e a farmacêutica Bharat Biotech. De acordo com o contrato, a garantia para cobrir 5% do negócio (R$ 80,7 milhões) deveria ser uma fiança bancária, um seguro-garantia ou uma caução em dinheiro ou títulos da dívida pública.
Segundo a Folha de S. Paulo, a FIB Bank fez transferências de R$ 1,91 milhão à Brasil Space, uma empresa no nome da mãe do empresário Marcos Tolentino da Silva, aliado do deputado federal e líder do governo Jair Bolsonaro na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR).
Entre julho de 2019 e outubro de 2020, a FIB Bank transferiu R$ 1,22 milhão à Brasil Space. Entre outubro de 2020 e maio de 2021, foram mais R$ 691,1 mil.
O Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) aponta que a empresa de garantias teve recebimentos expressivos “sem causa aparente”.
Tolentino obteve um habeas corpus que lhe garante ficar em silêncio para não produzir provas que o incriminem e também em relação a questões protegidas por sigilo profissional. Ele teria confidenciado a pessoas próximas que passa por problemas sérios de saúde e teme que sua fragilidade psicológica o prejudique durante o depoimento.
O advogado é dono da Rede Brasil de Televisão e foi apontado, em Mato Grosso, como operador do esquema investigado na operação Ararath.
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