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16/07/2021 - 09:09 | Atualizada: 16/07/2021 - 14:15

Bolsonaro é ineficiente e desastroso na pandemia, diz Eliana Calmon

Ineficiente e negacionista no combate à pandemia, o governo Bolsonaro se notabiliza também pelo desmanche dos órgãos de controle do Estado para o combate à corrupção. A afirmação é da jurista e ministra aposentada do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Eliana Calmon, em entrevista exclusiva à revista Política Democrática online de julho, lançada nesta quinta-feira (15/7). Ela também critica o Supremo Tribunal Federal.

A ministra aposentada também disse à revista que se iniciou no Brasil um desmanche dos órgãos de controle do Estado. Ela se refere à Receita Federal, ao Conselho de Controle das Atividades Financeiras (Coaf), à Estratégia Nacional de Combate à Corrupção e à Lavagem de Dinheiro (Enccla).

“Outros órgãos estão sendo cooptados para servirem ao governo e não ao Estado, tais como Polícia Federal e Abin”, ressaltou ela à revista Política Democrática online. A publicação é produzida e editada pela Fundação Astrojildo Pereira (FAP), sediada em Brasília. A versão flip pode ser acessada, gratuitamente, no portal da entidade.

Em relação à pandemia, Eliana observou que o governo falhou no controle e divulgação de dados. “Para que a Nação tivesse conhecimento dos números reais da pandemia, foi necessário que um grupo independente de jornalistas credenciados tomassem as rédeas das estatísticas, indispensáveis para traçar qualquer estratégia de enfrentamento à Covid 19”, frisou.

A jurista analisou, ainda, os reflexos da comissão parlamentar de inquérito (CPI) que investiga ações e omissões do governo Bolsonaro durante a pandemia. “A CPI que a princípio surgiu como um exagerado propósito de incriminar pessoas do governo, trouxe para o público o que se passava nas entranhas do Ministério da Saúde e o descaso com a aquisição de vacinas, única forma de ser vencida a pandemia”, disse.

Guardião da Constituição, o Supremo Tribunal Federal (STF) também não foi poupado pelas críticas da ministra aposentada. Segundo ela, o STF não tem sido capaz de cumprir sua missão constitucional e por isso sofre um enorme desgaste.

Ela também classificou como “retrocesso” a possibilidade de retorno ao voto impresso, como tem sido pregado por Bolsonaro, em meio à queda de sua popularidade, para desacreditar os resultados das urnas que, inclusive, em 2018, confirmaram a vitória dele para a Presidência da República.

“Acho um retrocesso falar em voto impresso. O voto eletrônico já foi usado com sucesso em diversas eleições, é moderno e colocou o Brasil à frente de muitas nações desenvolvidas, além de ter acabado com a chicana reinante nas eleições anteriores”, criticou Eliana.

 
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