Após reunião com Luiz Fux, Bolsonaro sai defendendo voto impresso e cloroquina
O presidente do Supremo Tribunal Federal chamou o presidente da República Jair Bolsonaro para uma conversa sobre os últimos acontecimentos. Segundo Luiz Fux, a conversa foi sobre a independência dos Poderes e o respeito mútuo.
- "Convidei o presidente da República para uma conversa diante dos acontecimentos. Debatemos quão importante é para democracia brasileira o respeito às instituições e os limites impostos pela Constituição Federal. O presidente entendeu", disse Fux.
- "Ao final, combinamos uma reunião entre os Três Poderes para combinarmos balizas sólidas para a democracia, tendo em vista a estabilidade do regime político", explicou o ministro.
O presidente Bolsonaro falou com jornalistas após o encontro e tentou minimizar o alerta do STF.
"Todas as vezes que isso foi feito nós viemos, assim como algumas vezes já convidei para conversar comigo também e discutimos a relação entre os dois poderes: Executivo e Judiciário. Reconhecemos que nós dois temos limites e esses limites são definidos pelas quatro linhas da Constituição", afirmou.
"Basicamente foi essa conversa, durou 20 minutos e estamos perfeitamente alinhados, respeitosos para com a Constituição e cada um se policiar dentro do seu poder, no tocante aos limites. Nós, do Poder Executivo, não pretendemos sair desses limites. Essa, basicamente foi a linha de conversação com o senhor ministro, presidente Fux", declarou.
"Eu estou com um problema aqui com um ministro, o que é normal e pode acontecer. Ele está tendo um ativismo legislativo que não é concebível, na questão do voto impresso", disse. "Eu acredito que nós ao apresentarmos e lutarmos por mais uma maneira de tornar as eleições mais transparentes deveria ser digno de aplausos".
Bolsonaro insistiu na defesa do 'voto auditável'. "Três países somente usam esse sistema, o Brasil, Bangladesh e Butão. Algo está errado e queremos transparência".
Cloroquina
O presidente mencionou que a pessoa que iria fazer a apresentação sobre fraude nas urnas em 2014 está com covid-19. Passou então a defender o uso da cloroquina, o que é rejeitado pela Anvisa, OMS e vários institutos de pesquisa internacionais.
Ameaça à democracia
Na última semana Jair Bolsonaro aumentou o tom contra o ministro Luis Roberto Barroso, do TSE, chamando-o de 'idiota' e 'imbecil'. O presidente ameaçou impedir a realização de eleições em 2022 caso não seja aprovada no Congresso a proposta de voto impresso. Foi alertado pelo TSE, por meio de nota oficial. "A realização de eleições, na data prevista na Constituição, é pressuposto do regime democrático. Qualquer atuação no sentido de impedir a sua ocorrência viola princípios constitucionais e configura crime de responsabilidade.
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