22/09/2012 - 09:51
Desde o início do horário gratuito de propaganda eleitoral, os candidatos a prefeito de Cuiabá já ocuparam mais de seis horas da programação da televisão. Nesse tempo, falaram de propostas, mostraram quem os apoia e o que já fizeram na vida pública, além de tentar desconstruir a imagem dos seus concorrentes. O que aparece na tevê pode se refletir nas pesquisas de intenção de voto.
Em uma disputa apertada, como a da capital neste ano, as propagandas no rádio e na televisão ganham mais importância, avalia o cientista político Emerson Cervi. “Até o começo do horário eleitoral, que é quando o eleitor começa a prestar atenção na situação política, cerca de 40% deles ainda estão indecisos. Isso não significa que o eleitor faz a escolha olhando para a tevê, mas os programas são capazes de gerar opinião e como consequência, o resultado”, opina.
“A queda de Mauro Mendes pode ser um reflexo da estratégia adotada na campanha. É normal que os programas eleitorais apresentem três etapas: a da apresentação do candidato, das propostas e as últimas semanas ficam reservadas aos ataques aos outros concorrentes. Enquanto Mauro e Carlos Brito têm essa fórmula, o programa de Lúdio Cabral seguiu uma lógica diferente, com apresentação de propostas”, diz Cervi.
Para as próximas duas semanas, Cervi avalia que os ataques devem ser reforçados. “É provável que as desconstruções fiquem mais evidentes. Os candidatos vão querer mostrar que os concorrentes têm péssimas amizades, são inexperientes ou que já tiveram oportunidade e não agiram”, comenta.
Cervi comenta que, embora o horário eleitoral tenha maior visibilidade, é preciso avaliar as inserções de propaganda política como um todo. “No rádio e nos spots durante a programação, os ataques do Mauro e Brito aos adversários, por exemplo, são mais evidentes. Essa estratégia pode ter sido adotada porque essas inserções são mais curtas e fica mais difícil para o eleitor identificar quem é o autor do ataque”, diz.
Campanhas já pensam em novas estratégias para o segundo turno
Todos os cenários de intenção de voto apontam uma probabilidade altíssima de segundo turno em Cuiabá. Como os quatro principais candidatos à prefeitura são conhecidos na política matogrossense, dificilmente um deles conseguirá se destacar a ponto de chegar à maioria dos votos válidos já no dia 7 de outubro. E no segundo turno, tudo muda: o embate será direto entre dois candidatos, que terão o mesmo tempo de televisão. O clima deve esquentar.
Para os publicitários, o segundo turno é uma nova eleição e, portanto, a estratégia deve ser completamente diferente.