13/05/2012 - 12:08
A bem informada repórter e colunista da “Folha de S. Paulo” Mônica Bergamo publicou nota, na semana passada, na qual diz que “os réus do mensalão já começaram a ser avisados por seus advogados que, em caso de condenação, é grande a probabilidade de serem presos logo depois do julgamento”. Entre os que podem ser presos estão José Dirceu, o chefão do PT, e o publicitário Marcos Valério. Pela gravidade da denúncia, sobretudo pelo farto material sobre as ações dos dois ex-aliados, é praticamente certa, na avaliação de juristas, que serão condenados e, daí, presos.
Teme-se que a prisão de José Dirceu atinja duramente o PT, e em pleno ano eleitoral. Sua prisão será danosa para o PT porque José Dirceu é sua segunda pele, é, como Stálin na década de 1920, o homem do partido, da máquina partidária. Mesmo quando não está na presidência, é o comandante supremo. Sua desmoralização tende a atingir também o ex-presidente Lula da Silva, porque o mensalão foi articulado em seu governo.
Diante da possibilidade de prisão, os petistas estão atacando, com extrema fúria, uma fúria articulada, racionalizada, o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, e, menos diretamente, alguns ministros do Supremo Tribunal Federal, como Gilmar Mendes. Tentam intimidar Gurgel, porque a denúncia do Ministério Público Federal, tida como incontestável por juristas independentes, chama José Dirceu de “chefe de quadrilha”. O problema, para o petismo, é que não contou a independência dos ministros do STF. Pelo menos dois deles elogiaram Gurgel, que, agora, está blindado.
Teme-se, sobretudo, que petistas condenados contribuam para reduzir o impacto da CPMI do Cachoeira... e da Delta. As investigações e prisões de Carlos Cachoeira e aliados foram produzidas, pelo menos em parte, para reduzir o impacto das possíveis condenações dos mensaleiros. Estava dando tudo “certo”, mas os mensaleiros não previram a autonomia irredutível do Supremo Tribunal Federal.