04/11/2025 - 10:11 | Atualizada em 04/11/2025 - 16:11
Redação
O chamado “comércio cinza” de celulares – aparelhos vendidos sem o selo de homologação da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) – deve causar, em 2025, uma evasão fiscal de R$ 4 bilhões ao Brasil, segundo estimativas da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee). Mesmo com a redução do percentual de aparelhos irregulares comercializados, que deve cair de 20% para 15% do total de vendas, o prejuízo aumentará devido ao crescimento do valor médio gasto nessas compras, que passou de R$ 1 mil para R$ 2 mil em apenas um ano.
As fábricas de telefones celulares no Brasil estão concentradas na Zona Franca de Manaus e em São Paulo. Em Manaus estão Nokia, Realme, Samsung, Siemens (BenQ), Gradiente, Vitelcom e Evadin. Em São Paulo, Motorola, Sony Ericsson, LG, Samsung, Telemática (Venko), Kyocera, Huawei, RIM e Multilaser. As indústrias e os governos em São Paulo e no Amazonas podem ser prejudicadas.
Em 2024, o Polo Industrial de Manaus (PIM) produziu 13.707.003 celulares, com faturamento de R$ 14.583.818.215,00. Em 2025, até agosto, foram 7.314.241, com faturamento de R$ 9.359.257.855,00 de acordo com os indicadores da Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa).
A Associação Brasileira de Infraestrutura da Qualidade (Abriq) reforça que, além do impacto econômico e da concorrência desleal com empresas regulares, a comercialização de celulares sem homologação representa riscos diretos aos consumidores.
“A homologação pela Anatel é a garantia de que o celular passou por uma série de testes técnicos e de segurança. São avaliados aspectos como desempenho, segurança elétrica, compatibilidade eletromagnética e limites de radiação. Um produto sem essa certificação pode oferecer riscos de superaquecimento, falhas de funcionamento, choques elétricos e até explosões”, explica Kim Rieffel, vice-presidente de Telecomunicações da Abriq.
A homologação é um processo obrigatório no Brasil e tem como objetivo certificar que os produtos de telecomunicações atendem aos requisitos técnicos e regulatórios exigidos para operar nas redes nacionais.
“O que muitas vezes atrai o consumidor é o preço mais baixo, mas o custo real pode vir em forma de prejuízo, insegurança e falta de garantia. Além disso, o mercado irregular prejudica toda a cadeia produtiva e reduz a arrecadação de impostos que poderiam ser revertidos em políticas públicas”, complementa Rieffel.
A Anatel mantém um banco de dados público para que consumidores possam verificar se o aparelho é homologado antes da compra. A Abriq recomenda sempre consultar o selo de certificação e desconfiar de preços muito abaixo da média de mercado.
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