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Gestão de Flávia Moretti envergonha Várzea Grande, afirma Gisa Barros

Vereadora cobra resultados e reitera: prioridade é a água

10/10/2025 - 08:54 | Atualizada em 12/10/2025 - 07:55

Cícero Henrique

Gestão de Flávia Moretti envergonha Várzea Grande, afirma Gisa Barros

Foto: Cícero Henrique/Caldeirão Político

Entrevistada pela reportagem do Caldeirão Político, a vereadora por Várzea Grande (MT) Gisa Barros (sem partido)  falou sobre a situação política e as questões que afetam a cidade. Foi direta ao afirmar que a prefeita Flávia Moretti (PL) tem sérios problemas de relacionamento, não apenas com vereadores, mas também com o vice-prefeito Tião da Zaelli, desde o inicio do mandato, expondo um ambiente conturbado. 

— Ela tem dificuldades de diálogo, tem dificuldades em ouvir críticas; vemos a situação que passa a cidade, e ela pediu 100 dias para que conseguisse começar a trabalhar, só que quando fui expor os problemas, ela não aceitou e daí já começou a situação conturbada comigo, porque cobrei que fizessem um serviço que atenda as demandas que a população traz para nós vereadores, porque os vereadores são a ponta da adaga, e de lá para cá ela teve situação de conflitos com vários vereadores, todos estão vendo, cada semana é um atrito.

Gisa Barros é uma das vozes mais enfáticas na Câmara Municipal de Várzea Grande, cobrando soluções para os problemas do município, sobretudo a crônica ineficiência do Departamento de Água e Esgoto (DAE). Ela destaca que o DAE está 'travado' há vários anos e tem cobrado a privatização da autarquia desde 2018.

 — Muita gente fazia piada quando falávamos sobre isso [privatização], houve investimentos em três ETAS na gestão anterior, de Kalil Baracat, só que falta investimento na rede de distribuição e hoje estamos vendo que até na captação há sérios problemas, bombas queimadas nesta gestão que ainda não foram trocadas, então vejo que nestes 10 meses a situação só piorou drasticamente. Em relação às bombas queimadas, sendo que cada uma custa R$ 150 mil reais, que até agora não foram trocadas, parece que é falta de gestão ou pirraça, falta de planejamento. A gestão da prefeita não fez, não investe no DAE, em algo emergencial que é água que não pode faltar, sempre faltou, mas agora piorou, a gente vê nos bairros onde nunca faltou água, agora está faltando. Ela não pode fazer pirraça com a população, o povo que votou nela, ela tem que priorizar, porque o discurso dela de campanha foi em cima da água, queria mudar, queria privatizar, disse Gisa Barros.

Segundo a vereadora, a Prefeitura fez um estudo para fazer a concessão, porém, enquanto isso não se concretiza,  ela não está fazendo nada, não está sequer trocando uma bomba de captação. "Isso é deixar o povo sofrer, porque muita gente não está conseguindo cozinhar porque está sem água, não pode dar uma descarga, é humilhante. No bairro Cristo Rei, no Jardim Glória, faltava água uma vez por semana, agora as reclamações são constantes.

Ela assinala ainda que no Condomínio do MRV faltou água durante 30 dias, o custo de fornecimento com caminhão pipa foi de R$ 18 mil, e assim estão diversos bairros na cidade. "A situação só piorou nesses 10 meses da gestão da prefeita Flávia Moretti".

Gisa Barros cita que outro grave problema no município é a situação precária da saúde, cuja pasta gastou aproximadamente R$ 200 milhões em 10 meses, mas várias pessoas ainda estão na fila para a cirurgia bariátrica.  "Foram milhões aderidos na ata, só que não fizeram planejamento de atendimento com os exames, nem pneumologista está tendo para realização dos exames".

Outra situação humilhante, segundo a vereadora, é que a Prefeitura não adquiriu um mamógrafo, cuja fonte de recurso é uma emenda impositiva incluída na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), no Plano Plurianual e na Lei Orçamentária (LOA). "É de uma emenda impositiva de vários vereadores na gestão passada, infelizmente a prefeita não cumpriu e isso sugere improbidade administrativa, porque o dinheiro é do Legislativo e tem que ser direcionado para a aquisição e ela não comprou, também não realizou um convênio com uma Casa de acolhimento para animais abandonados de rua. Caso ela não cumpra este ano, vamos acionar na justiça", disse.



A vereadora Gisa Barros conclamou aos demais vereadores para a instalação de uma CPI da Saúde do município, apontando que o programa Fila Zero não está funcionando, cirurgias ortopédicas estão sendo feitas dentro do Pronto Socorro, não há leitos suficiente, não existe programação para que alguns leitos sejam direcionados para o Hospital Metropolitano, faltam medicamentos no Pronto Socorro, médicos não estão atendendo, demora de atendimento de 08h a 9 horas, gerando longas filas de espera. Nas Unidades de Saúde acontece a mesma coisa, diz a vereadora. "As geladeiras de vacinas estão quase todas queimadas (agora que começaram arrumar algumas), fornecedores estão pedindo pelo amor de Deus para que a Secretaria de Saúde efetue pagamentos, tem fornecedores sem receber desde janeiro. Os telefones dos vereadores não param de tocar, só reclamações da população com essa gestão".

Outro alerta apontado pela vereadora Gisa Barros é a adesão a atas pelo município, no valor de R$ 2,5 bilhões. Segundo a prefeita Flávia Moretti, o orçamento seria de R$ 1,4 bilhão, valor contestado pela Câmara de Vereadores. 

— As reclamações não param, pelo contrário, só estão aumentando; com cerca de R$ 195 milhões pagos e liquidados até setembro, ainda continua o caos e fornecedores pedindo ajuda para receber.

Os vereadores apresentam vários requerimentos junto a prefeitura para obter respostas para as situações delicadas que se encontra a cidade. 'Para surpresa de todos a prefeita responde com termos subjetivos, vagos, muitas vezes não responde os questionamentos que fazemos nos requerimentos, tem requerimento que ela mandou vereador olhar no Portal Transparência. Enfim os requerimentos não são respondidos de maneira correta", queixa-se a vereadora.

Para Gisa Barros, com essa atitude a prefeita está desrespeitando a população. "Fomos eleitos para representar o povo, assim como ela".

A vereadora questionou ainda o remanejamento do recurso de R$ 5 milhões de reais do DAE para a Secretaria de Comunicação, e afirma que Flávia Moretti "ainda não conseguiu justificar até o momento'. 

"A prioridade do município é agua. De zero a dez, dou nota DOIS para a gestão da prefeita Flávia Moretti, porque não entregou nada até o momento, é vergonhoso, a realidade não condiz com o que foi propagado, é desesperador o sofrimento da população de Várzea Grande, concluiu Gisa Barros.



 
 

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