08/10/2025 - 16:12
Redação
A pesquisa Quaest divulgada nesta quarta-feira (8) trouxe um alívio para o governo e apreensão para o campo bolsonarista. Segundo o levantamento, a aprovação ao governo Lula atingiu 48%, enquanto a desaprovação ficou em 49%. Os índices estão tecnicamente empatados dentro da margem de erro, mas o resultado representa uma recuperação significativa do presidente, que volta ao patamar de popularidade registrado em janeiro.
Para aliados de Jair Bolsonaro, o avanço de Lula e a queda de 16 pontos na diferença entre aprovação e reprovação em apenas cinco meses têm uma explicação clara: o comportamento de Eduardo Bolsonaro e o racha na direita. As informações são da colunista Bela Megale, do jornal O Globo.
Críticas à atuação de Eduardo Bolsonaro
Nos bastidores do PL e do PP, cresce o incômodo com as ações do deputado federal nos Estados Unidos, onde ele tem buscado apoio para que o Congresso dos EUA imponha sanções ao Brasil. A iniciativa, voltada a pressionar pela anistia do ex-presidente Jair Bolsonaro, é vista como um tiro no pé.
Segundo aliados do ex-presidente, a população percebe o gesto como uma tentativa de “trabalhar contra o próprio país”, o que acaba beneficiando Lula. Parlamentares afirmam que Eduardo estaria empenhado em um projeto pessoal que “destrói a centro-direita” e tumultua o cenário político que o pai tenta preservar.
O deputado tem reforçado publicamente que não apoiará qualquer nome de direita que, segundo ele, esteja “alinhado ao sistema”. Em suas declarações, afirma considerar o próprio pai refém do PL e de lideranças de centro.
Caminho próprio e ataques internos
Eduardo já anunciou que pretende disputar a Presidência da República em 2026, mesmo que concorram nomes do campo conservador como os governadores Tarcísio de Freitas (São Paulo) e Ratinho Júnior (Paraná), além da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro. A postura é interpretada por colegas de bancada como um movimento de ruptura dentro da direita.
Deputados e senadores próximos a Bolsonaro avaliam que o acirramento de disputas internas tem enfraquecido o bloco conservador. Eles apontam como exemplo as recentes divergências entre o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, e o presidente do PP, Ciro Nogueira. As críticas de Eduardo a Tarcísio e ao presidente do PL, Valdemar Costa Neto, também são vistas como sintomas de um cenário fragmentado e de difícil recomposição.
Direita dividida e Lula fortalecido
Enquanto a direita se desentende, o governo petista recupera terreno. Para analistas políticos, a melhora na aprovação de Lula reflete a combinação de estabilidade econômica, retomada de programas sociais e a falta de um discurso unificado da oposição.
A leitura entre aliados de Bolsonaro é que, se a divisão persistir, a centro-direita pode chegar a 2026 com múltiplas candidaturas e sem força suficiente para enfrentar o atual presidente. Nesse cenário, a figura de Eduardo Bolsonaro, antes símbolo de fidelidade ao bolsonarismo, se torna um dos principais fatores de desgaste dentro do próprio campo político que ajudou a construir.
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