24/09/2025 - 20:22
Redação
Após um parecer primoroso do senador Alessandro Vieira (MDB-SE), a famigerada, ultrajante e infame PEC da Blindagem foi definitivamente enterrada na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, nesta quarta-feira, 24, por unanimidade. Ato contínuo, o presidente da Casa, senador Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), arquivou em definitivo a proposta, para desgosto de muito picareta ou passador de pano para a picaretagem, espécies que abundam na capital federal e em grande parte, senão em todos os cantos, do Brasil.
Não poderia ter sido mais didático e perfeito o senador Vieira: “Hoje, diante da presença maior e mais expressiva da cidadania no acompanhamento das atividades do Congresso Nacional, podemos entender e afirmar que o controle social da atuação parlamentar contribui para o aprimoramento da atuação do Poder Legislativo. Os nossos eleitores têm o pleno direito de saber como votamos, até para que possam exercer o seu digno e justo controle social […] Parece-nos clara, então, a necessidade de distinguir o direito ao voto secreto que a Constituição e as leis asseguram ao cidadão eleitor, muitas vezes hipossuficiente, com essa pretensão de voto secreto no Parlamento, voto proferido por representante eleito.”
O parecer do senador não surpreende, pois um parlamentar costumeiramente técnico, coerente e sem afetações. O que me estranha é algo assim ainda necessitar ser dito e, pior, ser apreciado no Congresso Nacional. Nessas horas, na boa, tenho vontade de dedicar algum tempo do meu dia e algum dinheiro também, para me dirigir a uma gráfica rápida, pedir para imprimir em letras garrafais as palavras acima, emoldurá-las em um quadro e entregar pessoalmente, por exemplo, a Nikolas Ferreira (PL-MG), o sedizente guardião da moral e dos bons costumes, e autoproclamado defensor da liberdade.
Pegue seu banquinho e saia de fininho
Nikolas e tantos outros hipócritas do espectro bolsonarista, não sem razão, acusam quase diuturnamente o lulopetismo por todo seu histórico de crimes contra os cofres públicos. Nikolas, inclusive, foi denunciado pela Procuradoria-Geral da República por ter chamado o presidente Lula de “ladrão”. Chega a ser cômico, não fosse trágico, o duplo padrão moral do deputado Tiktoker, de Belo Horizonte. Se Lula é ladrão, como disse – ou até mesmo corrupto como outrora já reconheceu a Justiça brasileira, em três instâncias diferentes -, quem pretende proteger ladrão, propondo votação secreta para permitir tal defesa, merece qual alcunha?
Intuo que a bancada da PEC da Bandidagem vá ficar quieta nos próximos dias. Os aloprados sabem que deram um tirambaço no pé e, pior, acabaram colando uma PEC (essa) a outra (anistia). Com o luxuoso auxílio de Donald Trump e a nova sanção à esposa de Alexandre de Moraes, Nikolas, Sóstenes, Zé Trovão e companhia ficaram a segurar – sozinhos e como trouxas – a “broxa da impunidade” nas mãos.
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