12/09/2025 - 16:59 | Atualizada em 15/09/2025 - 11:36
Cícero Henrique
Uma recente reunião entre nove governadores em Brasília representa mais que uma união para ações coordenadas, mas sim a decisão do futuro da direita no Brasil, que na quinta-feira, 11, viu o STF condenar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) a 27 anos de prisão.
A articulação entre Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), Romeu Zema (Novo-MG), Ratinho Junior (PSD-PR), Ronaldo Caiado (União-GO), Ibaneis Rocha (MDB-DF), Cláudio Castro (PL-RJ), Mauro Mendes (União-MT), Jorginho Mello (PL-SC) e Wilson Lima (União-AM) vai movimentar o tabuleiro eleitoral de 2026.
Juntos, eles concentram cerca de 90 milhões de eleitores e miram na construção de uma candidatura única à Presidência da República para enfrentar a reeleição de Lula da Silva (PT).
O grupo está tão unido que o governador Mato Grosso, Mauro Mendes, disse para a imprensa que “o próximo presidente do Brasil estava presente na reunião”. Mas fez uma ressalva, dizendo que, caso a esquerda permaneça no poder, “os responsáveis também estavam ali”.
Os governadores já definiram que os nomes com reais chances de encabeçar a chapa da direita em 2026 são Tarcísio de Freitas, Ronaldo Caiado e Ratinho Junior. Eles vão se pautar nas pesquisas do primeiro trimestre do ano que vem para indicar quem terá mais fôlego para disputar a eleição e qual dos outros deve assumir a candidatura de vice.
Enquanto isso, Romeo Zema, Cláudio Castro, Mauro Mendes e Ibaneis Rocha devem voltar seus esforços para a candidatura ao Senado nos seus respectivos estados para fortalecendo a base no congresso, como já tinha planejado o próprio Jair Bolsonaro.
ENGAJAR O BOLSONARISMO
O primeiro passo agora é mostrar para o eleitor bolsonarista, principalmente a ala mais radical do PL, que o grupo precisa eleger o próximo presidente da República para que a justiça seja feita no caso de Jair Bolsonaro.
Mesmo com as articulações acontecendo nos Estados, os governadores sabem que tudo depende primeiro do que vai acontecer no cenário nacional. Em Santa Catarina, por exemplo, o PSD e o PL devem ser adversários, mas no cenário nacional é que estejam juntos.
Outros dois nomes que também participam das decisões da direita no Brasil é o do ex-presidente Michel Temer (MDB) e do ex-governador Gilberto Kassab, que hoje é secretário de estado no Governo de São Paulo e está muito próximo do governador Tarcísio de Freitas.
A condenação do ex-presidente Bolsonaro e de mais sete integrantes do seu governo pode acelerar algumas decisões, mas o temor agora é que os ânimos fiquem mais acirrados e a temperatura fique mais alta do que o necessário.
Esse clima de raiva sói beneficiaria o presidente Lula, que estrategicamente usaria a postura de vítima e trabalharia para jogar a opinião pública contra o bolsonarismo como se fossem os inimigos do país.
Então, o momento é de ter uma postura de espera e de agir estrategicamente para não dar arma para a esquerda. Vale lembrar que na eleição presidencial de 2022, cerca de 32 milhões de eleitores sequer foram votar, o que mostra que pelo menos 20% do eleitorado nacional não aceita mais a polarização e procura uma terceira via na disputa de 2026.
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