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INELEGÍVEL E QUASE PRESO: Para a maioria dos brasileiros, Trump não reverterá situação de Bolsonaro, diz pesquisa

TRUMP E BOLSONARO É UM MAL ENTRE NÓS

28/07/2025 - 10:17 | Atualizada em 28/07/2025 - 10:25

Cícero Henrique

Uma pesquisa Genial/Quaest realizada entre os dias 10 e 13 de julho revelou que a maior parte dos brasileiros não acredita que Donald Trump conseguirá reverter a inelegibilidade de Jair Bolsonaro. Segundo o levantamento, divulgado pela coluna de Mônica Bergamo, da Folha de S. Paulo, 59% dos entrevistados consideram improvável qualquer interferência do presidente dos Estados Unidos nesse caso. Apenas 31% veem chance de sucesso.

Nem mesmo entre os apoiadores de Bolsonaro há consenso. De acordo com o levantamento, 45% dos que votaram nele acreditam que o ex-presidente seguirá fora das eleições, independentemente das tentativas de Trump. Já entre eleitores de Lula, a descrença é ainda maior: 69% afirmam que não há possibilidade de mudança no cenário jurídico de Bolsonaro.

As declarações do republicano e sua recente ofensiva comercial contra o Brasil parecem não ter convencido a opinião pública. No dia 9 de julho, Trump enviou uma carta a Lula ameaçando sobretaxar em 50% produtos brasileiros exportados aos EUA, justificando as medidas como resposta à "perseguição" que Bolsonaro estaria sofrendo. Pouco depois, ele também defendeu publicamente que o Supremo Tribunal Federal (STF) deveria “parar imediatamente” o processo contra o aliado.

Mesmo com a pressão internacional e tarifaço, o levantamento indica que a maioria dos brasileiros vê a situação de Bolsonaro como irreversível, reforçando a percepção de que, para o ex-presidente, o caminho de volta às urnas está cada vez mais distante.

Tentativa de negociação 

A poucos dias do início do tarifaço anunciado por Donald Trump, o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, desembarcou nos Estados Unidos neste domingo (27) em meio à maior crise comercial entre os dois países em décadas. A medida do republicano, que prevê uma taxação de 50% sobre produtos brasileiros a partir de 1º de agosto, é uma retaliação direta ao processo judicial contra Jair Bolsonaro, réu por tentativa de golpe de Estado em 2022.

Trump, aliado de Bolsonaro, classificou a investigação conduzida pelo Supremo Tribunal Federal  (STF) como "caça às bruxas", em um gesto visto por abuso de poder e tentativa de interferência na justiça brasileira. 

Vieira cumpre agendas oficiais na ONU, em Nova York, onde participará de uma conferência sobre a solução de dois Estados no conflito Israel-Palestina até terça-feira (29). No entanto, o chanceler deixou claro que está disposto a viajar a Washington se houver uma sinalização do governo americano para reabrir o diálogo sobre o tarifaço. Caso contrário, deve retornar ao Brasil na quarta (30).

Na última semana, o ministro se reuniu virtualmente com a embaixadora brasileira em Washington, Maria Luiza Viotti, e com representantes dos ministérios da Indústria e do Planejamento para alinhar estratégias de pressão diplomática. Segundo interlocutores, Vieira reforçou que não aceitará que "questões judiciais internas sejam usadas como justificativa para sanções econômicas".

Paralelamente, uma comitiva de oito senadores brasileiros está em Washington em missão oficial. Liderados por Nelsinho Trad (PSD-MS), presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado, o grupo tem encontros marcados com parlamentares americanos, empresários e representantes da sociedade civil. Entre os integrantes estão Tereza Cristina (PP-MS), Jacques Wagner (PT-BA) e Marcos Pontes (PL-SP).

Nos bastidores, há consenso entre os senadores de que Trump tenta usar o Brasil como peça de seu jogo político doméstico, explorando o alinhamento com Bolsonaro como trunfo eleitoral. "Estamos aqui para defender empregos e exportações brasileiras, que não podem ser reféns de disputas ideológicas", afirmou Trad.


 

 

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