18/07/2025 - 18:01 | Atualizada em 18/07/2025 - 18:09
Redação
Durante visita às obras da Ferrovia Transnordestina no Ceará, nesta sexta-feira (18), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que pretende disputar a reeleição em 2026 para evitar o retorno de forças políticas que, segundo ele, “quase destruíram o país”. Sem citar diretamente o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Lula mandou um recado direto aos seus adversários.
Não se preocupem, vou fazer 80 anos de idade, se eu tiver com a saúde que estou hoje, com a disposição que estou hoje, pode ter certeza que serei candidato outra vez para ganhar as eleições nesse país. Eu não vou entregar esse país de volta para aquele bando de maluco que quase destruiu esse país nos últimos anos. Eles não voltarão. Não é porque o Lula não quer, é porque vocês não vão deixar eles voltarem — declarou o presidente.
A fala acontece no mesmo dia em que Jair Bolsonaro foi alvo de uma operação da Polícia Federal, autorizada pelo Supremo Tribunal Federal (STF). O ex-presidente teve a casa vasculhada, teve um pen drive escondido apreendido e foi obrigado a usar tornozeleira eletrônica. Também está proibido de manter contato com investigados, como os filhos Carlos e Eduardo Bolsonaro, e de usar redes sociais.
Sem citar Bolsonaro, Lula foca em entregas do governo
Apesar do clima político, Lula e os ministros que o acompanhavam na agenda no município de Missão Velha, no interior do Ceará, evitaram mencionar diretamente Bolsonaro ou a operação da PF. A decisão segue uma orientação do Palácio do Planalto de não comentar publicamente ações judiciais em andamento, para preservar a imagem institucional da presidência.
Em discurso, Lula preferiu reforçar as ações do governo federal no Nordeste, destacando investimentos em saúde, educação e infraestrutura. Ele visitou um trecho finalizado da Ferrovia Transnordestina, que deve começar a operar no final de 2025, interligando o Piauí, o centro-sul do Ceará e partes de Pernambuco. A malha transportará grãos como soja, milho e farelo de soja, além de calcário.
— Ano que vem tem eleições, se preparem, porque tem muito candidato na praça. Todo dia aparece um candidato aqui, acolá. Eu só vou decidir se vou ser candidato semana que vem, porque eu tenho que conversar com minha consciência. Com a minha própria consciência — afirmou Lula, em tom de brincadeira, antes de repetir que, se as condições de saúde permitirem, será novamente candidato à presidência.
Tensão política
Enquanto Lula discursava no interior cearense, a Polícia Federal cumpria mandados de busca e apreensão contra Jair Bolsonaro, cuja residência em Brasília e a sede do Partido Liberal foram alvos da operação. Determinação do ministro Alexandre de Moraes também impôs a Bolsonaro uso de tornozeleira, toque de recolher noturno, e proibição de contato com diplomatas, embaixadores e aliados investigados.
A crise política se soma ao embate internacional iniciado após o ex-presidente norte-americano Donald Trump impor tarifas ao Brasil e pedir publicamente o fim das ações judiciais contra Bolsonaro. Lula, por sua vez, evitou comentar o episódio, mas sua fala desta sexta deixa clara a disposição para um novo confronto nas urnas.
Caso confirme a candidatura, Lula disputará seu quarto mandato presidencial. Ele já governou o país de 2003 a 2010 e retornou ao cargo em 2023, após derrotar Bolsonaro nas eleições de 2022.
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