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CRISE CLIMÁTICA: Desastres como no RS vão se repetir 5 vezes mais

BRASIL

02/05/2025 - 18:45 | Atualizada em 02/05/2025 - 18:52

Redação

CRISE CLIMÁTICA: Desastres como no RS vão se repetir 5 vezes mais

Foto: Amanda Perobelli/Agência Brasil

As enchentes que devastaram o Rio Grande do Sul em 2024, deixando milhares de desabrigados, tendem a se repetir com frequência cinco vezes maior nas próximas décadas. O alerta é de um relatório da Agência Nacional de Águas (ANA), feito em parceria com universidades e órgãos como o Serviço Geológico do Brasil.

Eventos que antes ocorriam a cada 50 anos podem se tornar comuns a cada dez, e com mais força. O estudo aponta que o Rio Grande do Sul será a região mais afetada do país, por causa das mudanças climáticas — 2024 foi o ano mais quente da história — e da vulnerabilidade natural do estado.

As simulações mostram que os rios devem ter vazões até 20% maiores, o que exige uma resposta rápida das cidades com obras de contenção, replanejamento urbano e sistemas de alerta. Em Porto Alegre, o Guaíba chegou a 5,35 metros durante as enchentes, superando o recorde histórico e inundando bairros inteiros. Cidades como Eldorado do Sul, Pelotas e Rio Grande também correm risco de registrar níveis de água acima da capacidade atual de proteção.

O relatório defende que as cotas de inundação e os padrões de engenharia sejam atualizados, como já fizeram países como Reino Unido e Austrália, que ampliaram em até 30% os parâmetros para obras hidráulicas.

Apesar da gravidade da situação, o Congresso cortou R$ 380 milhões da verba prevista para prevenção de desastres em 2025. O orçamento caiu de R$ 1,75 bilhão para R$ 1,37 bilhão, segundo o Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc). Em 2024, o governo federal teve que liberar R$ 5 bilhões extras para lidar com os impactos das enchentes.

O governo gaúcho afirma que está atualizando os sistemas de proteção e lançou edital para novas obras em Eldorado do Sul. Com o Plano Rio Grande, já investiu R$ 6,9 bilhões em ações de reconstrução. Um comitê com 41 especialistas foi criado para orientar as estratégias de adaptação climática.

O Ministério da Integração disse que o orçamento da área envolve várias pastas e que os cortes seguiram decisão do Congresso.

*Com informações de Folha de S. Paulo.

 

 

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