Carlos Lupi acaba de renunciar ao cargo de ministro da Previdência Social.
Ao final de uma reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no Palácio do Planalto, em Brasília, Carlos Lupi pediu demissão do cargo.
O
novo ministro será o ex-deputado e número 2 de Lupi, Wolney Queiroz. A situação de Lupi ficou insustentável, apesar do risco de o PDT deixar a base do governo no Congresso Nacional.
Carlos Lupi, apesar de não ser investigado no inquérito que apura o esquema bilionário que lesou sobretudo os beneficiários mais humildes e necessitados, estava sob forte pressão. Sobre ele recai o ônus de não ter tomado providências para cessar os descontos não autorizados quando alertado.
Segundo o Planalto, a exoneração de Lupi e a nomeação de Wolney serão publicadas ainda nesta sexta em edição extra do Diário Oficial da União (DOU). A troca no comando do Ministério da Previdência ocorre uma semana após a Polícia Federal (PF) e a Controladoria-Geral da União (CGU) deflagrarem uma operação conjunta que apura um suposto esquema de descontos não autorizados de mensalidades associativas em benefícios do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
A investigação aponta que
as irregularidades começaram em 2019, durante a gestão de Jair Bolsonaro, e prosseguiram nos últimos anos.
Suspensão e devolução
Logo após a deflagração da operação da PF, o
INSS suspendeu todos os descontos oriundos dos acordos com as entidades.
Para reaver o dinheiro retroativo aos anos anteriores, a Advocacia-Geral da União (AGU) montou um grupo para buscar a reparação dos prejuízos. Esse grupo se reuniu na tarde desta sexta, na sede da AGU, envolvendo o próprio advogado-geral da União, Jorge Messias; o presidente da Dataprev, Rodrigo Assumpção e o novo presidente do INSS, nomeado há dois dias.
Na última quinta-feira (30), em pronunciamento nacional por ocasião do Dia do Trabalhador, Lula prometeu que os prejudicados serão ressarcidos.
