02/05/2025 - 09:32
Redação
O cenário que o governo norte-americano enfrenta atualmente beira o constrangimento, isso para não chamar de humilhação. Depois de aplicar um tarifaço de 145% sobre produtos chineses, com a promessa de que a China logo suplicaria por diálogo, os EUA agora tentam, em vão, se aproximar de Pequim para iniciar negociações. O gesto, no entanto, foi revelado por canais informais da mídia estatal chinesa, e não por Washington, o retrata o tamanho da situação vexatória.
Uma publicação da conta Yuyuan Tantian, associada à comunicação do governo chinês, informou que os EUA tentaram, por diversos canais, abrir conversas sobre a questão tarifária. Autoridades norte-americanas, incluindo o secretário do Tesouro, Scott Bessent, e o conselheiro econômico da Casa Branca, Kevin Hassett, demonstraram interesse em reduzir tensões, reconhecendo o impacto das medidas adotadas por Trump.
Segundo Hassett, ocorreram apenas "conversas vagas" entre os dois governos e a recente decisão chinesa de suspender tarifas sobre determinados produtos dos EUA seria um indicativo de abertura para diálogo.
Mesmo diante das tentativas norte-americanas, a posição da China permanece inabalável. O governo chinês classificou as tarifas de Trump como um ato de intimidação e reforçou que não vê motivo para iniciar tratativas antes de mudanças concretas por parte dos EUA. Em paralelo à mobilização de sua diplomacia pública, Pequim montou uma lista de isenções tarifárias para itens estratégicos, como medicamentos, semicondutores e motores a jato, evitando retaliações mais agressivas.
Apesar disso, Scott Bessent acredita que um acordo ainda é possível, desde que se reduza a tensão atual. Ele apontou que um dos primeiros passos seria reavaliar o não cumprimento da Fase 1 do acordo comercial firmado em 2020, no qual a China se comprometeu a aumentar a compra de bens e serviços dos EUA em US$ 200 bilhões, compromisso descumprido após o início da pandemia.
China afirma que não há diálogo formal; EUA são acusados de distorcer os fatos
Mesmo com as declarações públicas de Trump sobre "negociações em andamento", a chancelaria chinesa nega veementemente qualquer conversa oficial. Em comunicado, o Ministério das Relações Exteriores afirmou que não existem, até o momento, negociações ou consultas bilaterais sobre tarifas, e acusa Washington de manipular a narrativa para enganar a opinião pública. O comportamento mentiroso de Trump, que inventa e lança informações de improviso em praticamente todos os seus pronunciamentos, é de conhecimento público.
Em tom estratégico, a mesma conta Yuyuan Tantian reforçou que, embora Pequim não descarte totalmente o contato, qualquer conversa precisa servir aos interesses nacionais da China e manter a iniciativa no tabuleiro global.
Retaliação tarifária da China e risco de recessão no setor exportador
Os impactos do tarifaço imposto por Trump são significativos. A China revidou com uma tarifa de 125% sobre bens norte-americanos, e, segundo estimativas da Nomura Securities, uma queda de 50% nas exportações pode gerar a perda de até 16 milhões de empregos em território chinês. Ainda assim, o país asiático parece disposto a enfrentar o embate.
Para Bessent, o desequilíbrio na balança comercial joga pressão sobre Pequim. Ele destaca que os EUA compram da China cinco vezes mais do que vendem, o que comprometeria seriamente a indústria e o comércio chineses, especialmente com a aproximação das festas de fim de ano.
Mesmo com essa análise, autoridades chinesas classificaram qualquer concessão diante das tarifas como um "veneno" e deixaram claro que só participarão de negociações em condições de respeito e igualdade.
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