informe o texto

Notícias | Executivo

A prioridade de Bolsonaro em Mato Grosso é com eleição para o Senado e não o governo

MATO GROSSO

13/04/2025 - 09:50 | Atualizada em 14/04/2025 - 13:27

Cícero Henrique

A prioridade de Bolsonaro em Mato Grosso é com eleição para o Senado e não o governo

Foto: Reprodução

Jair Bolsonaro, afirmou que há dois políticos de seu Partido Liberal cotados para disputar o Senado Federal por Mato Grosso: Mauro Mendes(UB) e José Medeiros(PL). Ao destacar seus dois principai políticos para o Legislativo (Mauro Mendes o mais popular e José Medeiros o mais leal), o ex-presidente confirma o que já estava subentendido: para 2026, lhe interessa emplacar senadores e o presidente.

A prioridade se explica principalmente por um interesse particular, que recentemente tem movido todos os seus gestos, incluindo os atos pró-anistia. Bolsonaro quer enterrar seus conflitos com a lei e restaurar seus direitos políticos. Se o plano faz sentido (um presidente eleito com apoio de Bolsonaro compraria a briga com o STF para anistiá-lo?) é outra questão, mas a movimentação existe e tem implicações. 

Nos estados, a principal implicação é a de que Bolsonaro está disposto a abrir mão do candidato a governador em troca de vagas ao Senado Federal. O ex-presidente não vai “brincar de fazer política” em campanhas ao governo para agradar líderes regionais. Senadores, afinal, podem aprovar sua anistia, governadores não. Esses políticos locais podem tentar agregar prefeitos dizendo que são candidatos a governador de Bolsonaro, mas, cada vez mais, o conto só convence a quem quer ser enganado. 

Bolsonaro, que sabe que não será candidato em 2026, continua operando politicamente ao manter o eleitorado mobilizado, concentrando em si as articulações para a sucessão ao posto de legítimo representante da direita. A meta, além de escolher um “cavalo” eleitoral que o carregue pela linha de chegada na corrida à presidência da República, é ter 54 senadores — se não do PL, pelo menos simpáticos à sua causa.

A maioria seria o bastante para mudar a Constituição, aprovando a PEC para impeachment de ministros do Supremo Tribunal Federal, entre outros. O ex-presidente, repetidas vezes, afirmou que não abre mão da prerrogativa de escolher os candidatos a senador por esse motivo.  

Em Mato Grosso, a disposição de abrir mão de candidatos a governador implica a possibilidade de aliança com a base do Executivo para participar da chapa governista com um candidato a senador. 

Por isso, os prefeitos querem continuar no PL, e apenas vão deixá-lo caso o Partido Liberal os obrigue a romper com o governo estadual em 2026. Por ainda acreditar na possibilidade de aliança, os 21 prefeitos permanecem no partido… por enquanto. 

Do ponto de vista do PL, esta identificação com a base do governo em Mato Grosso é mais uma razão para agilizar uma aliança regional: o partido só evita a debandada de seus prefeitos caso celebre o acordo. É uma situação de necessidade que se justifica das duas pontas — por um lado, se suspende o risco de perda de lideranças, do outro, há a motivação de emplacar um senador a mais.  

 

 

 

Informe seu email e receba notícias!

Sitevip Internet