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Lobby e as conexões perigosas do STJ

JUDICIÁRIO BRASILEIRO

09/02/2025 - 11:16 | Atualizada em 09/02/2025 - 11:23

Redação

Lobby e as conexões perigosas do STJ

Foto: Reprodução

As investigações sobre o esquema de venda de sentenças no Superior Tribunal de Justiça (STJ), a segunda mais alta corte do país, têm duas frentes distintas, ambas com alto potencial explosivo. Só que uma delas, até agora pouco conhecida do grande público, é bem mais sensível que a outra – e, se bem apurada pela Polícia Federal e pela Procuradoria Geral da República, tem potencial para avançar sobre a atuação de poderosos escritórios de Brasília, muitos ligados a parentes de ministros, que faturam fortunas para solucionar processos em tramitação nos tribunais.

A parte já sabida da trama envolve mensagens e outros arquivos encontrados no telefone celular de um advogado morto em dezembro do ano passado em Cuiabá. No aparelho havia provas de que ele fazia pagamentos polpudos a um empresário-lobista de Brasília que tinha acesso a gabinetes do STJ e conseguia antecipar decisões e até modificá-las, a depender do dinheiro e dos objetivos dos clientes. Funcionários dos gabinetes, que depois recebiam uma parte do pagamento, facilitavam o trabalho da quadrilha.

Essa frente, embora tenha se provado bastante eficiente para os clientes da máfia e movimentado nos últimos anos valores na casa das dezenas de milhões de reais, girava mais no andar de baixo. As próprias mensagens encontradas no celular do advogado morto revelam personagens toscos na intermediação das transações. Em uma delas, Andreson Gonçalves, o empresário-lobista que fazia a ponte com os gabinetes, diz, ao garantir que conseguiria resolver um processo: “Quem vai fazer o voto vai ser a juíza extrutora amiga minha”. Ele, evidentemente, queria dizer “juíza instrutora”. Juízes instrutores são magistrados, geralmente de primeira instância, que assessoram os ministros de tribunais em seus gabinetes. Esse é só um exemplo de como Andreson, dono de uma transportadora, passava longe de ser um ás das letras jurídicas, apesar da sua alta taxa de sucesso e de ostentar uma vida faustosa.

A outra ponta da investigação, que por uma imensa coincidência acabou se encontrando com a do esquema do empresário-lobista, é muito mais polida e sofisticada. E nasce de uma história de arromba, que envolve violência, traição, dinheiro, lobby, oferta de facilidades em gabinetes, conexão com grandes bancas e amizades estreitas com ministros de tribunais superiores e seus familiares, donos de escritórios.

https://platobr.com.br/lobby-violencia-e-conexoes-perigosas-a-parte-nao-contada-do-escandalo-no-stj/



 

 

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