06/02/2025 - 19:54
Cezar Xavier
A produção industrial brasileira encerrou 2024 com um crescimento de 3,1%, consolidando-se como o terceiro melhor desempenho do setor nos últimos 15 anos. Os dados foram divulgados nesta quarta-feira (5) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), por meio da Pesquisa Industrial Mensal (PIM).
O resultado reflete um avanço disseminado em diversas categorias da indústria, com 20 dos 25 ramos, 60 dos 80 grupos e 63,1% dos 789 produtos pesquisados apresentando crescimento. Esse desempenho positivo se deu apesar de uma desaceleração nos últimos meses do ano, que registraram quedas consecutivas na produção.
O gerente da pesquisa do IBGE, André Macedo, explicou que o crescimento da indústria está diretamente ligado à melhoria no mercado de trabalho e ao aumento do consumo das famílias. “Fatores como a queda na taxa de desocupação, aumento da massa salarial e maior acesso ao crédito contribuíram para esse desempenho positivo”, destacou.
Porém, Macedo faz um alerta. Mesmo com retrato de 2024 mostrando resultado positivo mais elevado do que o verificado em anos anteriores, os três últimos meses do ano passado foram marcados pela redução de ritmo, com perda acumulada de 1,2% nesse período.
“Essa perda de dinamismo da indústria guarda uma relação com a redução nos níveis de confiança das famílias e dos empresários, explicada, em grande parte, pelo aperto na política monetária, com o aumento das taxas de juros a partir de setembro de 2024, a depreciação cambial, impactando os custos, e a alta da inflação, especialmente de alimentos”, afirmou o pesquisador, no informe.
Perspectivas para 2025
O desempenho positivo da indústria em 2024 reforça um cenário de recuperação do setor, mas os desafios para 2025 incluem o impacto da política monetária, com juros ainda elevados, e a volatilidade do câmbio. A confiança dos empresários e consumidores será um fator determinante para manter o ritmo de crescimento neste ano.
A tendência para os próximos meses será acompanhada de perto pelo mercado, especialmente com as decisões do Banco Central sobre a taxa de juros e os desdobramentos da economia global.
Destaques do setor
Entre as atividades industriais, os setores que mais impulsionaram o crescimento em 2024 foram:
[🔹] Veículos automotores, reboques e carrocerias: +12,5%
[🔹] Equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos: +14,7%
[🔹] Máquinas, aparelhos e materiais elétricos: +12,2%
[🔹] Produtos alimentícios: +1,5%
[🔹] Produtos químicos: +3,3%
Categorias econômicas: bens duráveis e de capital lideram
Dentro das grandes categorias econômicas, os melhores resultados foram registrados em:
[📈] Bens de consumo duráveis: +10,6%
[➡️] Destaque para eletrodomésticos (+23,8%) e automóveis (+5,3%).
[📈] Bens de capital: +9,1%
[➡️] Impulsionados por equipamentos de transporte (+18,2%) e bens de capital de uso misto (+19,4%).
[📈] Bens intermediários: +2,5%
[📈] Bens semi e não duráveis: +2,4%
Esse avanço da produção industrial em 2024 superou as expectativas do mercado, ficando acima da mediana das projeções de analistas financeiros, que estimavam um crescimento entre 2,6% e 3,2%.
Queda no fim do ano: três meses consecutivos de recuo
Apesar do saldo positivo no acumulado do ano, os últimos três meses de 2024 indicaram uma perda de fôlego da indústria. Em dezembro, a produção industrial caiu 0,3% em relação a novembro, marcando o terceiro mês consecutivo de retração.
As maiores quedas foram observadas nos setores de:
[🔻] Máquinas e equipamentos: -3,0%
[🔻] Produtos de borracha e material plástico: -2,5%
Por outro lado, algumas atividades registraram recuperação no último mês do ano, como indústrias extrativas e bebidas, que voltaram a crescer após quatro meses de retração.
Na comparação com dezembro de 2023, a produção industrial registrou alta de 1,6%, o sétimo avanço consecutivo nessa base de comparação. Entre os destaques positivos, estavam:
[✅] Produtos químicos: +10,4%
[✅] Veículos automotores, reboques e carrocerias: +12,8%
[✅] Produtos farmoquímicos e farmacêuticos: +27,1%
[✅] Máquinas e equipamentos: +12,6%
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