A prefeita de Várzea Grande, Flávia Moretti (PL), revelou hoje (3), durante entrevista, que ‘herdou’ uma dívida de R$ 94 milhões, fruto de cifras empenhadas, mas não quitadas, pela gestão de Calil Baracat.

Segundo a prefeita, em pouco mais de 48 horas, após se empossada, foi informada do resultado deste levantamento parcial.

Ela acredita, justamente por ainda estar tomando pé da real situação financeira da prefeitura, que a ‘herança’ seja ainda maior, especialmente em relação ao Departamento de Água e Esgoto (DAE).

A prefeita pediu a compreensão da população.

“Peço compreensão dos várzea-grandenses. Estamos à frente da prefeitura há cerca de 48 horas, mas desde já estamos tentando fazer tudo acontecer. É preciso adicionar à força de planejamento e articulação. Nosso objetivo é o de entregar serviços de qualidade e fazer diferente em Várzea Grande”.

A prefeita disse que visitou o Pronto Socorro e Hospital Municipal, que está com problemas 'estruturais', com falta de macas, camas, goteiras, falta de materiais. 

“Vamos nos debruçar sobre um plano de ação imediato para recuperação estrutural. O Pronto-Socorro está sem macas e camas, leitos são insuficientes e vamos buscar recursos para investir na saúde”.

Diante desse quadro ela reforçou que precisa manter a 'folha enxuta', por isso contratações serão realizadas somente se estritamente necessárias.

“Antes de ser assumir eu já tinha plena convicção de que teria de enxugar a folha salarial, mas essa é agora uma necessidade real, questão de sobrevivência. Os desligamentos de cargos em comissão e em contrato aconteceram na virada do ano e as recontratações só de acordo com a demanda, pois a máquina tem de ser enxuta. Para funcionar, é preciso reduzir a folha de pagamento. Por isso, as recontratações terão como direcionamento atividades fim, como médicos, enfermeiros, professores. Não preciso de dez recepcionistas, quando me faltam médicos”, argumentou.

ÁGUA – Flávia anunciou que a missão da nova diretoria do Departamento de Água e Esgoto (DAE) é corrigir e combater os vazamentos de água pela cidade. “Em médio prazo essa é a prioridade do DAE. Temos o desafio de superar esse problema crônico. Para conter vazamentos, o DAE deu início a um mapeando dos bairros que estão há mais tempo sem receber água e partir daí descobrir o motivo da falta de água. Cerca de 80% dos problemas de falta de abastecimento está relacionado aos vazamentos. Se não for esse o caso, vamos adotar medidas de manobras das ETAs, adotar regime alternado, enviar caminhões-pipas na medida do possível e assim, reduzir o tempo que a população fica sem água. São medidas de curtíssimo e curto prazo”.

Sobre a concessão privada dos serviços de abastecimento de água e de tratamento de esgoto, Flávia reafirmou que seu compromisso é o “mudar a realidade do fornecimento de água da cidade, transferindo o serviço para concessão privada. Mas essa solução, passa pelo crivo da Câmara de Vereadores e como representantes do povo, espero que a proposta seja validada para iniciarmos o mais rápido possível essa transformação”, pontuou.

TRANSPORTE PUBLICO – Questionada sobre o transporte público, a prefeita explicou que vai realizar um diagnóstico para avaliar com maior assertividade questão, focando na mobilidade urbana. “Se tiver que fazer uma nova licitação para o atendimento do transporte coletivo, se tiver de abrir o setor para nova empresa, nós vamos fazer”.

FUNCIONALISMO – Sobre recomposição salarial dos servidores efetivos, Flávia foi taxativa ao afirmar que nesses 100 dias, mesmo reconhecendo as perdas de poder de compra ao longo dos anos, não tem como alterar esse cenário. No entanto, a equipe recém-empossada recebeu a atribuição de levantar a situação funcional, elencar o impacto financeiro de reajustes salariais, seja com aumento do salário-base, bem como pelo enquadramento por tempo de serviço e ou por títulos.