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AMEAÇADA NOVAMENTE: ADVOGADO BOLSONARISTA INCITA ATAQUES A JORNALISTA NATUZA NERY

ÓDIO BOLSONARISTA

03/01/2025 - 16:56 | Atualizada em 03/01/2025 - 17:10

Redação

AMEAÇADA NOVAMENTE: ADVOGADO BOLSONARISTA INCITA ATAQUES A JORNALISTA NATUZA NERY

Foto: Reprodução

Apoiador de Jair Bolsonaro (PL) e membro de grupos de ódio nas redes sociais, o advogado Guillermo Federico Piacesi Ramos, que diz morar na Itália, tem incitado novos ataques à jornalista Natuza Nery, da Globonews, que foi ameaçada pelo policial civil Arcênio Scriboni Júnior em um supermercado em Pinheiros, área nobre da zona Oeste de São Paulo, na segunda-feira (30).

Em publicação na rede X nesta quarta-feira (1º), Piacesi incitou a horda bolsonarisa usando um termo em italiano para classificar a jornalista da Globo.

"Natuza Nery é o que se chama aqui na Itália de uma “persona troppo morbida”. Pessoa muito mole, muito macia. Sensível ao extremo. Se ouvir uma voz contundente em tom mais alto, chora e perde o controle", disse o bolsonarista.

Em seguida, ele coloca em dúvida as ameaças feitas por Scriboni, que teve um chilique com a presença da jornalista dizendo que ela e a Globo "merecem sere aniquiladas". Após a ameaça diante de várias testemunhas, o policial virou alvo de uma ação na Corregedoria da Polícia Civil.

"Tenho certeza que se aparecerem vídeos da tal ameaça do policial, veremos apenas o seguinte: palavras incisivas de um cidadão criticando a forma de ela fazer o seu trabalho (que não é imune a críticas por possuir nítida feição pública), servindo como porta-voz de um governo impopular e muitas vezes propagadora de desonestidade intelectual, falseando a verdade", emendou o advogado, incitando os bolsnaristas a fazerem novas "críticas" a jornalistas que não coadunam com as teorias da conspiração propagadas por Bolsonaro e sua trupe.

"Isso que veremos no vídeo, se ele aparecer: palavras incisivas ditas diretamente a ela. Nada a ver com 'ameaça'. Dizer-se ameaçada é apenas a forma que a ultrassensível Natuza Nery achou para retaliar quem a criticou publicamente", escreveu ainda, antes de comparar o caso com os ataques feitos por bolsonaristas à família do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), no aeroporto de Roma.

O texto foi publicado em formato de artigo pelo site jornaldacidadeonline, que faz parte da máquina de ódio de Bolsonaro, e propagado em grupos extremistas no Telegram.

Gleisi Hoffmann parte em defesa de Natuza

A presidente do PT, a deputada federal Gleisi Hoffmann (PR), condenou a ameaça de um policial civil à jornalista Natuza Nery, da GloboNews, e afirmou em postagem no X, antigo Twitter, nesta quinta-feira (2), que o caso expõe o alinhamento do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e da polícia paulista "à violência política bolsonarista".

"A ameaça do policial civil de São Paulo à jornalista Natuza Nery tem todo nosso repúdio. Além de expor, mais uma vez, o alinhamento do governador Tarcísio e sua polícia à violência política bolsonarista, mostra que não pode haver impunidade para os crimes da extrema-direita. Sem anistia, sem mais ataques", publicou Gleisi.

Saiba quem é o agressor da jornalista Natuza Nery: um típico bolsonarista

O agressor da jornalista Natuza Nery, da Globonews, tem o perfil típico de um bolsonarista, que mescla violência, desinformação e golpismo. Ele se chama Arcênio Scribone Júnior e, embora tenha apagado seus perfis das redes sociais após a repercussão do caso, realizou várias postagens atacando as urnas eletrônicas, defendendo a tentativa de golpe de estado após a vitória do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e atacando as forças armadas por não embarcar na aventura de Jair Bolsonaro, o candidato derrotado na disputa de 2022.

Natuza Nery, da GloboNews, foi vítima de ameaças de um policial civil em São Paulo. Na noite do dia 30, Natuza registrou um boletim de ocorrência após ser abordada de forma agressiva dentro de um supermercado na capital paulista. De acordo com o boletim, o policial responsável pelo incidente, identificado como Arcênio Scribone Junior, lotado na Polícia Civil de São Paulo, se aproximou da jornalista de forma abrupta. Após confirmar sua identidade, ele teria proferido declarações como "pessoas como vocês deveriam ser aniquiladas".

Num outro comportamento típico de um bolsonarista, que é a covardia, Arcênio também negou ter feito ameaças, após ser desmascarado, e afirmou ter apenas "feito uma crítica ao trabalho" de Natuza. A abordagem inesperada deixou a jornalista surpresa, levando-a a buscar o policial para identificá-lo e formalizar a denúncia. Ela o encontrou próximo ao caixa do supermercado, acompanhado de sua esposa, que chegou a repreendê-lo diante das ofensas dirigidas a Natuza. Quando questionado, Arcênio reiterou as ofensas, levando Natuza a acionar a polícia no local.

Antes da chegada dos agentes, o policial afirmou a testemunhas que havia apenas comentado que "não gostava do trabalho" da jornalista. Somente durante o registro da ocorrência na delegacia foi revelada a ocupação de Arcênio como policial civil, o que tornou necessário encaminhar o caso à Corregedoria da Polícia Civil.

A Secretaria de Segurança Pública (SSP) do governo de São Paulo informou ao jornal O Globo que a Polícia Civil "instaurou inquérito para apurar a acusação de ameaça". A corregedoria se deslocou até a delegacia para assumir as investigações, realizando diligências no supermercado em busca de imagens e testemunhas. Além disso, uma investigação administrativa contra o agente foi aberta, o que pode resultar em seu afastamento do cargo.

Embora ele tenha apagado suas redes sociais, capturas de tela obtidas pelo jornal mostram que, após as eleições presidenciais de 2022, ele utilizou a plataforma X (antigo Twitter) para fazer publicações críticas à imprensa, ao Judiciário e às Forças Armadas, além de expressar apoio a manifestações golpistas e questionar a confiabilidade das urnas eletrônicas.

Em uma publicação recente na rede social Threads, em novembro deste ano, Arcênio respondeu a uma pergunta sobre onde estaria "se fizesse tudo que tem vontade" com a frase "Preso ou morto". Segundo o contracheque mais recente divulgado pelo governo de São Paulo, o policial, lotado na Polícia Civil, recebia uma remuneração bruta de pouco mais de R$ 14 mil em novembro deste ano.

 

 

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