15/12/2024 - 09:07
Redação
Ao ser preso na manhã deste sábado (14) em operação da Polícia Federal, no Rio de Janeiro, o general Walter Braga Netto torna-se o oitavo militar a ser detido por suspeita de envolvimento na tentativa de golpe de Estado que sucedeu as eleições presidenciais de 2022. Ex-candidato a vice-presidente na chapa de Jair Bolsonaro (PL), Braga Netto é o primeiro general de quatro estrelas, a mais alta patente militar, a ser preso desde a redemocratização do Brasil. A investigação já indiciou 27 militares, muitos vinculados a um grupo de elite do Exército conhecido como “kids preto”.
A operação que levou à prisão de Braga Netto é parte de uma série de investigações que, desde maio de 2023, têm como foco o suposto envolvimento de militares em articulações golpistas. O primeiro a ser preso foi Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, que, após firmar acordo de delação premiada, teve momentos alternados de liberdade e reclusão devido a supostas violações das condições do acordo. Outros nomes de destaque, como os coronéis Bernardo Romão Corrêa Neto e Marcelo Câmara, foram apontados como peças-chave na trama e atualmente cumprem prisão domiciliar.
Bernardo Corrêa Neto, além de ser acusado de articular o golpe, teria feito vista-grossa durante os ataques antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023, supostamente orientando militares das Forças Especiais a não intervirem. Essa ação teria facilitado a depredação das sedes dos Três Poderes em Brasília. Já Marcelo Câmara, apontado como informante de Bolsonaro, foi envolvido em reuniões e estratégias ligadas ao ex-presidente. Ambos seguem sob monitoramento judicial.
Em novembro deste ano, uma operação prendeu quatro militares de diferentes patentes no mesmo dia, incluindo o general reformado Mario Fernandes, ligado ao deputado Eduardo Pazuello, e o tenente-coronel Hélio Ferreira Lima, ex-integrante do Gabinete de Segurança Institucional (GSI). Mario Fernandes é investigado por ter trocado mensagens com Mauro Cid sobre o golpe, enquanto Ferreira Lima e outros presos foram afastados de funções estratégicas dentro do Exército devido às suspeitas.
Além das detenções relacionadas diretamente à tentativa de golpe, outros militares foram indiciados em investigações paralelas. Entre eles, o capitão Ailton Gonçalves Barros, preso por suspeita de intermediar a fraude do cartão de vacinação que teria sido usado por Bolsonaro em sua entrada nos Estados Unidos. Outro nome de destaque é o subtenente Giancarlo Gomes Rodrigues, acusado de envolvimento em operações ilegais na Agência Brasileira de Inteligência (Abin). As investigações seguem em curso, ampliando o escopo da apuração sobre o papel de militares nos episódios que abalaram a democracia brasileira.
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