O anúncio de um novo concurso público para a Educação Estadual em Mato Grosso, após sete anos de espera, é uma conquista importante, mas também evidencia desafios significativos. Embora a inclusão de vagas para docentes seja um avanço, a exclusão de Técnicos Administrativos Educacionais (TAE) e Apoio Administrativo Educacional (AAE) do certame levanta preocupações legítimas sobre o reconhecimento e a valorização de todos os profissionais que compõem a comunidade escolar.

A crítica do Sintep-MT e de sua dirigente Guelda Andrade destaca que, para garantir uma educação pública de qualidade, é imprescindível assegurar um quadro completo de profissionais efetivos, incluindo os TAE e AAE. Esses trabalhadores desempenham funções essenciais para o funcionamento das escolas, e sua exclusão do concurso público parece alinhar-se a uma política de precarização e terceirização de serviços. Essa abordagem não apenas compromete a estabilidade e a qualidade do trabalho, mas também vai de encontro aos princípios de uma educação pública inclusiva e democrática.

A situação de Mato Grosso, onde mais de 60% dos profissionais da educação atuam em condições precárias, sublinha a urgência de um planejamento que priorize contratações efetivas e investimentos em formação continuada e melhores condições de trabalho. O Sindicato, ao propor o diálogo com o governo, busca assegurar que o edital contemple a diversidade de profissionais indispensáveis ao ambiente escolar.

Ao restringir as oportunidades do concurso, o governo enfrenta o risco de ampliar as desigualdades estruturais no sistema educacional. Assim, é fundamental que as autoridades reconsiderem o alcance do edital, garantindo que todos os trabalhadores da educação sejam valorizados e incluídos no processo de fortalecimento da rede pública de ensino. O compromisso com a educação pública não pode ser apenas um discurso, mas deve se traduzir em ações concretas que promovam inclusão, estabilidade e reconhecimento.