23/11/2024 - 09:38
Cícero Henrique
Está cada vez mais difícil para o bolsonarismo conciliar o discurso “Deus, pátria, família e liberdade” com as práticas do grupo liderado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Nos bastidores da política, ali onde a grande massa não tem acesso, a postura não encaixa na narrativa jogada para a plateia, sobretudo nas redes sociais.
Qual é o ser humano temente a Deus que planeja tirar a vida de outro ser humano? A conta não fecha. Difícil acreditar que alguém realmente adepto da ideia “Deus acima de todos” possa planejar a morte de pessoas, seja por qual motivo for. Mas foi o que revelou a investigação de dois anos da Polícia Federal (PF).
O trabalho dos policiais, que resultou na prisão de quatro militares do Exército e um agente da PF, todos ligados a Jair Bolsonaro, chegou na alta cúpula do bolsonarismo, com o indiciamento do próprio ex-presidente, de seu ex-chefe da Casa Civil e ex-ministro da Defesa, general Braga Netto, e outros 35 “homens de bem”. Todos por abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa.
Liberdade 1 – Qual é a liberdade que está faltando à extrema direita no Brasil? Se todos os dias estão a falar todo tipo de delírio nas redes sociais? Quando foram impedidos de opinar, de fazer política? Quando não foram livres para defender, inclusive, o indefensável, a exemplo da fala de Flávio Bolsonaro (PL): “pensar em matar alguém não é crime”. Pode não ser crime literalmente na lei, mas você dizer isso abertamente, ainda mais sendo uma figura pública, é quase uma legitimação da selvageria. Mas, sim, Flávio Bolsonaro disse isso livremente.
Liberdade 2 – O grupo de Bolsonaro ficou meses protestando na frente dos quartéis (de novo, livremente) sem nenhum obstáculo, depois de perderem as eleições e dizem que no Brasil está faltando liberdade, que há uma ditadura, que não podem falar mais nada. Falam tudo que querem, contra quem escolhem, todos os dias, em todo tipo de plataforma, mas se queixam da falta de liberdade de expressão. Vão precisar ajustar esse discurso sob pena de perderem espaço em 2026 para a chamada “direita lúcida” do País.
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