Em sua passagem pela Assembleia Legislativa de Mato Grosso nesta segunda-feira (18), que comemora os 35 anos da Constituição estadual, os ministros Gilmar Mendes, Alexandre de Moraes e Flávio Dino defenderam a democracia, criticaram ataques à legitimidade das urnas, falaram sobre o combate ao golpismo e defenderam as vacinas e sustentabilidade ambiental.
Diante do governador de Mato Grosso, Mauro Mendes, Gilmar Mendes criticou o negacionismo científico, exaltou a decisão do Supremo durante a pandemia de Covid-19, que decretou intervenção na Saúde, dando autonomia aos Estados.
"Eu tenho certeza que a decisão intervencionista do Supremo Tribunal Federal salvou um imenso número de vidas. Os engajados políticos que não aceitavam vacina, que não aceitavam tratamento, que não aceitavam o isolamento social, continuam a se superar e a criticar o Tribunal. E aqueles que concordam com a ação do Tribunal, estão silenciosos", disse Gilmar Mendes.
Para quem não se lembra, a administração Mauro Mendes, durante a pandemia, adquiriu grande quantidade de Cloroquina e Ivermectina, que eram distribuídos para pacientes infectados. Apesar disso, o governador manteve o isolamento social.
Além disso, o decano do STF afirmou que "Mato Grosso tem uma questão séria, como já foi falado aqui, de segurança pública, e também da questão penitenciária". Emendou com um elogio, citando a passagem da ministra Rosa Weber, que visitou prisões no estado e disse ter ficado contente com as condições dispensadas aos presidiários.
O ministro Flávio Dino citou a necessidade de regulamentação das redes, enfrentamento à crise climática por meio da sustentabilidade e defendeu decisões monocráticas. "A gente não pode esperar o mato tocar fogo pra tomar providência".
Alexandre de Moraes, em seu discurso, ressaltou a democracia e criticou o "novo populismo extremista digital". O ministro disse que a corrupção é o "cupim da democracia", e que na ditadura a imprensa, o Ministério Público e o Judiciário não podem dizer que há corrupção. "Traumas e temores de grande parcela da sociedade no mundo todo, captados e alavancados pelas redes sociais, a partir de estudos de algoritmos direcionados, que não são randômicos, direcionados para cada um dos grupos que estas pessoas pretendem conquistar".
Moraes defendeu a necessidade de regulamentação das redes sociais e disse que os algoritmos direcionados 'vigiam' os internautas registrando suas preferências, posicionamentos e interesses. Alertou que as redes sociais estão promovendo o ódio a partir da divulgação das notícias fraudulentas, as fake news. "Quem pensa são os humanos por trás das redes sociais que direcionam os algoritmos para fazer uma verdadeira lavagem cerebral nas pessoas, gerando esse ambiente de ódio; e não é só no Brasil, nos Estados Unidos, nas eleições presidenciais, dois atentados contra o candidato a presidente, hoje presidente eleito [Donald Trump].
"Esse é o grande desafio do Brasil e do mundo, a regulamentação das redes sociais", afirmou Alexandre de Moraes.
"Todos os que acreditam na democracia não podem permitir essa continuação, e manipulação, contra os ideais democráticos", concluiu.
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