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Pantanal está secando rapidamente, aponta MapBiomas

12/11/2024 - 17:15 | Atualizada em 13/11/2024 - 12:32

Murilo da Silva

Pantanal está secando rapidamente, aponta MapBiomas

Foto: Saul Schramm/Governo MS

O dia 12 de novembro é celebrado como o Dia Nacional do Pantanal. Para ressaltar a importância da proteção desse bioma, o MapBiomas divulgou estudo que revela uma condição de alerta: o pantanal está secado rapidamente.

Conhecido por suas áreas alagadas o bioma vem sofrendo nas últimas décadas com estas áreas cada vez menores em consequência de maiores períodos de seca. A situação favorece os incêndios florestais, que tem devastado a biodiversidade pantaneira.

O levantamento, com dados mensais sobre a superfície de água e de campos alagados entre os anos de 1985 e 2023, mostra que o ano anterior foi 38% mais seco que em 2018, data em que ocorreu a última cheia que cobriu 5,4 milhões de hectares.

 

No entanto, o MapBiomas revela que esta área já estava 22% menor do que em relação a 1998, quando o Pantanal marcou cheia histórica no período monitorado e teve coberto 6,8 milhões de hectares.

Já a redução de água, em 2023, foi de 61% em comparação com a média histórica.

“As áreas alagadas por mais de três meses no ano também apresentam tendência de redução, isto é, o bioma tem apresentado uma menor área alagada ao mesmo tempo que o alagamento apresenta menor tempo de permanência. Paralelamente, 22% (421 mil hectares) da atual área de savana (2,3 milhão de hectares) vieram de locais que secaram”, coloca o MapBiomas.

Como explicam os pesquisadores da iniciativa, estas mudanças tem causado efeito sobre as queimadas.

“Essa mudança no padrão de cheias e secas tem efeitos sobre a incidência de queimadas no bioma. Entre 1985 e 1990 (início da série temporal analisada pelo MapBiomas), a extensão queimada correspondeu a áreas naturais em processo de conversão e consolidação de pastagem. Após a cheia de 2018, nota-se uma recorrência de incêndios no entorno do Rio Paraguai. De 2019 a 2023, o fogo tem atingido locais que no início da série de mapeamento, de 1985 a 1990, eram permanentemente alagados, mas que agora estão passando por períodos prolongados de seca. O total queimado de 2019 a 2023 foi de 5,8 milhões de hectares e a região mais atingida foi justamente essas áreas que antes eram permanentemente alagadas no entorno do Rio Paraguai.”

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Os incêndios são utilizados para desmatar e converter os terrenos em áreas de pastagem. A situação tem, inclusive, alterado a realidade da Bacia Hidrográfica do Alto Paraguai (BAP).

O uso humano das terras da BAP passou de 22%, em 1985, para 42%, em 2023. Já o seu planalto tem 83% de todo o uso antrópico. Entre o período, 5,4 milhões de hectares do Pantanal nessa região foram perdidos para a agricultura, sendo que “2,4 milhões de hectares eram florestas e 2,6 milhões de hectares eram formações savânicas”.  No total, 77% do planalto da BAP, ou 11,4 milhões de hectares), são pastagens.

É importante salientar que o Brasil enfrenta a sua pior seca em 70 anos. De acordo com o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, de 1º de janeiro a 20 de outubro de 2024 foram queimados 2.499.100 hectares no Pantanal (16,6% do bioma).

 Segundo o ministério, as ações de combate extinguiram 120 incêndios e controlaram outros 5, do total de 146  incêndios no Pantanal (até 20 de outubro), portanto 86% extintos ou controlados.

*Informações MapBiomas e MMA

 

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