28/10/2024 - 11:00 | Atualizada em 28/10/2024 - 12:11
Cícero Henrique
As eleições de 2024 mostram que tanto os bolsonaristas como os petistas precisam um do outro para se enfrentarem nas redes sociais, um xingando o outro para manter a polarização viva e latente.
O ranço dos bolsonaristas é somente contra o PT, por isso a necessidade da polarização.
As eleições deste ano confirmam o que muitos já previam: o Brasil está mais polarizado, com capitais refletindo a polarização do país, além das demandas regionais e as preferências por perfis políticos distintos.
Neste segundo turno, figuras já conhecidas dos eleitores, como Ricardo Nunes (MDB) em São Paulo e Eduardo Pimentel (PSD) em Curitiba, saem vitoriosos, enquanto nomes emergentes, como Guilherme Boulos (PSOL) e Cristina Graeml (PMB), garantem espaço na oposição ao serem derrotados.
São Paulo: Vitória de Ricardo Nunes, Boulos na oposição
Ricardo Nunes consolida sua liderança com 59,35% dos votos, derrotando Guilherme Boulos, que angaria 40,65%. São Paulo, ao lado de outras grandes capitais, confirma a hegemonia de partidos tradicionais, enquanto a esquerda, embora minoritária, apresenta um crescimento consolidado.
A campanha de Boulos mobilizou uma base engajada, algo que promete uma oposição ativa e pressão por pautas progressistas.
Belo Horizonte: Fuad Noman mantém o centro
Com 53,73% dos votos, Fuad Noman (PSD) supera Bruno Engler (PL), mostrando que a capital mineira permanece alinhada com uma linha de centro.
Essa escolha reflete um eleitorado que busca estabilidade e uma gestão focada em políticas moderadas.
Engler, por sua vez, conquista 46,27%, um indicativo da presença significativa da direita entre os mineiros.
Fortaleza e a disputa acirrada entre Leitão e Fernandes
Fortaleza protagoniza uma das disputas mais apertadas: Evandro Leitão (PT) vence André Fernandes (PL) por uma margem estreita de 50,38% contra 49,62%.
A divisão do eleitorado cearense evidencia um cenário político em que as bases progressistas e conservadoras dividem espaço, com desafios para a governabilidade.
Curitiba: Eduardo Pimentel à frente de Cristina Graeml
Eduardo Pimentel confirma sua popularidade em Curitiba ao somar 57,64% dos votos, superando Cristina Graeml (PMB), que atinge 42,36%.
A vitória de Pimentel sinaliza a preferência por continuidade administrativa na capital paranaense, enquanto Graeml consolida uma base de extrema direita, refletindo o fortalecimento de pautas ultraconservadoras.
Porto Alegre e a robusta vitória de Sebastião Melo
Em Porto Alegre, Sebastião Melo (MDB) alcança 61,53% e derrota a deputada federal Maria do Rosário (PT), que somou 38,47%.
O resultado aponta para um eleitorado gaúcho com forte inclinação ao centro-direita, mesmo com a esquerda conquistando uma expressiva oposição.
Cuiabá, Manaus e João Pessoa
Em Cuiabá, Abilio (PL) leva 53,80% contra Lúdio Cabral (PT), um resultado que reforça o avanço da direita na região Centro-Oeste.
Manaus confirma David Almeida (Avante) como prefeito, com 54,59% frente a Capitão Alberto Neto (PL), mostrando um equilíbrio entre centro e direita.
Já em João Pessoa, Cícero Lucena (PP) vence com ampla margem, acumulando 63,91% dos votos contra Marcelo Queiroga (PL).
Aracaju, Natal, Goiânia, Palmas, Campo Grande e Rio de Janeiro
Emília Corrêa (PL) venceu em Aracaju com 57,46% dos votos válidos, Luiz Roberto (PDT), que recebeu 42,54%.
Em Natal, Paulinho Freire (União Brasil) foi eleito com 55,34%, ao vencer Natália Bonavides (PT), que fez 44,66% dos votos válidos.
Em Goiânia, Mabel (União) venceu com 55,53% a disputa contra Fred Rodrigues (PL), 44,47%.
Em Palmas, Eduardo Siqueira Campos (Podemos), com 53,03%, venceu Janad Valcari (46,97%).
Adriane Lopes (PP) foi reeleita prefeita de Campo Grande com 51,45% dos votos válidos, ante Rose Modesto (União), com 48,55%.
No Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD) foi reeleito com 60,47%; Alexandre Ramagem (PL) ficou com 30,81%.
Capitais divididas
Ainda é cedo para uma análise mais aprofundada, mas, a princípio, essas eleições consolidam um Brasil dividido em termos de ideologia e perfil de liderança.
Para os vencedores, os desafios de governabilidade serão ampliados pela diversidade de pautas que emergiram durante as campanhas, enquanto as oposições fortalecidas tendem a pressionar por maior representatividade.
Essa diversidade reforça a necessidade de uma gestão pública que contemple as várias vozes, sem ignorar a coesão social essencial para enfrentar os desafios que o país demanda.
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