O conteúdo do celular do advogado Roberto Zampieri, assassinado em dezembro de 2023 em Cuiabá, revela esquema criminoso de venda de sentenças envolvendo juízes, desembargadores e gabinetes de ministros do Superior Tribunal de Justiça (STJ).
A revista Veja publica nesta semana que teve acesso ao conteúdo integral, mantido sob sigilo pelo Judiciário. A reportagem revela que dois funcionários de gabinetes de ministros do STJ são suspeitos de comercializar as decisões. Um deles está desaparecido desde o início deste mês e já foi preventivamente afastado de suas funções.
O conteúdo explosivo do celular de Zampieri já deu origem a três investigações, na Polícia Federal, Conselho Nacional de Justiça e no STJ.
O Conselho Nacional de Justiça
afastou das funções um juiz e os desembargadores de Mato Grosso Sebastião de Moraes Filho e João Ferreira Filho, envolvidos com a quadrilha.
O Superior Tribunal de Justiça (STJ), em Brasília, abriu uma sindicância para apurar o envolvimento de servidores dos gabinetes dos ministros Isabel Gallotti, Og Fernandes, Nancy Andrighi e Paulo Moura Ribeiro.
Segundo noticiado por Veja, a investigação interna não encontrou até o momento nenhuma evidência de participação dos magistrados do STJ.
"Os diálogos e os documentos recuperados mostram que havia negociações para que casos envolvendo interesses milionários fossem postergados pelo tribunal, manipulação de mandados de buscas e apreensões, vazamento de pedidos de prisão e até rascunhos de decisões que, a depender do avanço das negociatas, poderiam se materializar ou simplesmente desaparecer sem deixar vestígio", noticia a revista.
As investigações ampliaram o número de alvos para
dezenas de magistrados e advogados que atuam em Mato Grosso.