O levantamento realizado pelo De Olho nos Ruralistas revela uma situação preocupante em relação à gestão ambiental nos grandes municípios do Brasil. Entre as 100 maiores cidades do país, menos da metade (48) possui secretarias ou órgãos específicos dedicados exclusivamente ao meio ambiente. Nas demais 52, o tema ambiental é gerido por secretarias mistas, que acumulam funções com outras áreas, como agronegócio, mineração e turismo.

Os dados que fazem parte do dossiê “Os Gigantes”, De Olho nos Ruralistas alerta que essa sobreposição pode criar conflitos de interesse, já que esses setores dependem da concessão de licenças ambientais para atividades potencialmente prejudiciais ao meio ambiente. O estado de Mato Grosso é citado no dossiê como um dos mais problemáticos: dos 20 municípios do estado que aparecem na lista dos "Gigantes", apenas seis possuem secretarias exclusivamente voltadas para questões ambientais.

Essa realidade aponta para a vulnerabilidade do controle e da fiscalização ambiental, especialmente em áreas fortemente dependentes de atividades econômicas como o agronegócio e a mineração.