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Operação transnacional combate a lavagem de dinheiro no Brasil para a máfia italiana

Ativos envolvidos pode ultrapassar 500 milhões de euros, o equivalente a mais de R$ 3 bilhões em valores atuais

13/08/2024 - 12:07 | Atualizada em 14/08/2024 - 17:00

Redação

Operação transnacional combate a lavagem de dinheiro no Brasil para a máfia italiana

Foto: Divulgação/PF

A Polícia Federal, em parceria com o Ministério Público Federal e com o apoio internacional do Ministério Público e da Guardia di Finanza de Palermo, Itália, lançou nesta terça-feira (13/8) a Operação Arancia, com o objetivo de desmantelar uma rede de lavagem de dinheiro operada pela máfia italiana no Rio Grande do Norte.

As investigações, iniciadas em 2022, têm como foco uma organização criminosa suspeita de atuar na lavagem de dinheiro para a máfia italiana, que estaria operando no Rio Grande do Norte há quase uma década. As evidências reunidas até o momento indicam que a máfia utilizou empresas de fachada e intermediários para movimentar e esconder fundos ilícitos, provenientes de atividades criminosas internacionais. Estima-se que o esquema tenha investido pelo menos R$ 300 milhões (cerca de 55 milhões de euros) no Brasil, direcionando esses recursos para a aquisição de propriedades e a infiltração nos mercados imobiliário e financeiro do país. Segundo autoridades italianas, no entanto, o valor total dos ativos envolvidos pode ultrapassar 500 milhões de euros, o equivalente a mais de R$ 3 bilhões em valores atuais.

A operação resultou na prisão preventiva de um membro da máfia e na execução de cinco mandados de busca e apreensão em três estados brasileiros: Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul e Piauí. Simultaneamente, a Direção Distrital Antimáfia de Palermo coordenou 21 buscas em diversas regiões da Itália e na Suíça. Mais de 100 agentes financeiros italianos foram mobilizados, alguns dos quais estão no Brasil, auxiliando na execução dos mandados em Natal.



Os crimes sob investigação incluem associação mafiosa, extorsão, lavagem de dinheiro e transferência fraudulenta de valores, com agravantes relacionados ao apoio a famílias mafiosas notórias. Além disso, como parte das medidas para desmantelar o esquema e recuperar os ativos financeiros, a Justiça Federal autorizou o sequestro de imóveis e o bloqueio de contas bancárias ligadas aos suspeitos e às empresas de fachada envolvidas. Essas ações têm como objetivo garantir a reparação dos danos causados pelas atividades ilícitas e impedir a continuidade das operações criminosas.

Destaca-se a colaboração internacional no caso, com a criação, em 2022, de uma Equipe Conjunta de Investigação (ECI), envolvendo a Polícia Federal, o Ministério Público Federal e autoridades judiciais e policiais italianas, com o apoio da Eurojust, a agência da União Europeia que facilita investigações e processos judiciais envolvendo múltiplos países, auxiliando na troca de informações e na formação de equipes conjuntas de investigação.
 

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