09/07/2024 - 13:31 | Atualizada em 09/07/2024 - 19:51
Redação
O Conselho de Ética do Senado Federal, em reunião nesta terça-feira (9), admitiu sete pedidos de abertura de procedimento disciplinar contra os senadores Flávio Bolsonaro (PL-RJ), Jorge Kajuru (PSB-GO), Marcos do Val (Podemos-ES), Randolfe Rodrigues (sem partido-AP) e Styvenson Valentim (Podemos-RN). O anúncio foi feito pelo presidente do conselho, senador Jayme Campos (União-MT), após consulta à Advocacia do Senado.
Os sete pedidos foram convertidos em duas representações e cinco denúncias. A partir de agora, os senadores acusados serão notificados pela presidência do conselho e terão direito à defesa prévia. Foram designados relatores para cada representação ou denúncia, através de sorteio entre os integrantes do colegiado. Segundo o regimento, o relator não pode ser do partido do autor da representação ou do senador alvo, e seu relatório, recomendando arquivamento ou medida disciplinar, será apreciado pelo conselho.
Uma das petições, transformada em representação, foi apresentada pelos partidos Rede Sustentabilidade, PT e PSOL contra Flávio Bolsonaro por quebra de decoro parlamentar (PCE 1/2020). Os partidos alegam que Bolsonaro tem ligações com milícias no Rio de Janeiro, o que consideram incompatível com o mandato parlamentar. A representação também menciona práticas de crimes como lavagem de dinheiro e contratação de funcionários fantasmas. O relator sorteado foi o senador Dr. Hiran (PP-RR).
“Facilitada por esta relação com as milícias, ou em razão dela, flagrou o Ministério Público, a polícia e os órgãos de controle (como o antigo Coaf), um esquema montado dentro do gabinete do senador, quando deputado estadual, com a prática de crimes como lavagem de dinheiro e ilícitos como a contratação de funcionários fantasmas e a 'rachadinha', a apropriação de parte ou da totalidade da remuneração dos funcionários de seu gabinete”.
A petição contra Jorge Kajuru, apresentada pelo ex-senador Luiz do Carmo, foi convertida em denúncia. A acusação envolve publicações de Kajuru nas redes sociais, insinuando uso indevido de recursos de emendas parlamentares. O senador Weverton (PDT-MA) foi designado relator.
Randolfe Rodrigues enfrentará uma denúncia movida por Flávio Bolsonaro (PCE 2/2023), acusando Randolfe de agressão ao youtuber Wilker Leão no Senado. Bolsonaro alega que Randolfe agiu para coibir violentamente a liberdade de expressão, tomando o smartphone de Leão. Randolfe também responde a uma denúncia da Ordem dos Advogados Conservadores do Brasil (OACB) por publicações nas redes sociais contra Jair Bolsonaro, atribuídas à quebra de decoro parlamentar. Magno Malta (PL-ES) será o relator dessa denúncia.
Styvenson Valentim enfrenta uma denúncia por comentários sobre um caso de violência contra a mulher, acusando-o de sugerir que uma mulher merecia ser agredida. Jorge Seif (PL-SC) será o relator.
“Pelo vídeo aí, eu estou vendo que ele está dando dois tapa (sic) na mulher, uns tapa (sic) bom, na mulher. Agora, eu sei lá o que essa mulher fez para merecer dois tapa. Será se ela estava calada, rezando o Pai Nosso, para levar dois tapa (sic)? Eu não sei, eu não sei”, teria dito Styvenson no vídeo.
Marcos do Val enfrenta duas denúncias relacionadas aos ataques golpistas de 8 de janeiro de 2023. As denúncias, apresentadas por Randolfe Rodrigues, Renan Calheiros e a Rede Sustentabilidade, apontam depoimentos contraditórios sobre um suposto plano golpista e tentativas de incriminar o ministro Alexandre de Moraes. Jorge Seif será o relator dessas denúncias.
O senador representado terá dez dias úteis para apresentar defesa prévia ao conselho. Após a defesa, o relator apresentará um relatório preliminar no prazo de cinco dias úteis. No caso das denúncias, o relator verificará sumariamente a procedência das informações, ouvindo o denunciado no prazo de cinco dias úteis após a intimação.
“Com efeito, o relato do senador Marcos do Val foi alterado inúmeras vezes ao longo desses últimos meses, com muitas idas e vindas, num cenário quase digno de um péssimo enredo de novela. Ora o senador envolveu o presidente da República, atribuindo-lhe culpa pelo fato; ora tentou inocentá-lo; ora focou seus esforços em tentar direcionar seu intento contra o ministro Alexandre de Moraes, na infantil pretensão de torná-lo virtualmente suspeito para a condução de processos judiciais em trâmite no âmbito do STF, o que é uma clara violação ao juízo natural”, afirmam os senadores Renan e Randolfe na ação que pede a quebra de decoro parlamentar.
(Com informações da Agência Senado)
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