O ex-presidente da Ordem dos Advogados do Brasil seccional Mato Grosso (OAB-MT), Renato Gomes Nery, ingressou com uma representação disciplinar contra o advogado Antônio João de Carvalho Júnior, denunciando irregularidade em uma disputa judicial de terra com interferência de desembargadores.
Segundo reportagem de Pablo Rodrigues publicada hoje (8) no Portal GD, o documento foi protocolado 18 dias antes da execução de Renato Nery, e foi direcionado à presidente da Ordem, Gisela Cardoso. Segundo o GD, a presidente da OAB-MT não deu atenção ao caso, que "só voltou à tona após o atentado, quando o documento foi entregue ao delegado responsável pelas investigações".
Renato Nery acusa o advogado Antônio João de Carvalho Júnior de agir ilegalmente na disputa judicial por uma terra em Novo São Joaquim (465,2 KM ao Leste de Cuiabá) e em conluio com filhos de desembargadores e magistrados para vencer a disputa judicial pela terra.
Para ele, Antônio João seria proprietário de um “escritório do crime” por conta da influência que tem perante o Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT).
“O Representado [Antônio João de Carvalho Júnior] pelo modo de agir, como ficará bem demonstrado, será levado ao opróbrio e em consequência a suspensão definitiva de suas atividades deverá ser proclamada pela Instituição”, diz trecho do documento.
Na representação o advogado executado relatou:
“Há um verdadeiro formigueiro humano preparado para usurpar direito do Representante [Renato Nery] receber seus honorários duramente obtidos no longo processo de reintegração de posse”, diz outro trecho do documento.
“Os advogados-filhos de membros da corte, em face dos resultados jurídicos inimagináveis que o advogado Antônio João de Carvalho Júnior (Reclamado) conseguia no tribunal, certamente agiam no anonimato emprestando forças ocultas”, diz outro trecho da representação.
Renato Nery também acusa Antônio João de passar a lhe assediar através de outro advogado, que atuou como intermediário.
“Nessa conduta pusilânime o emissário apanhou o advogado Renato acometido de covid-19; e com ele sobre efeitos da doença do século, isolado em seu gabinete, passou a assediá-lo para aceitar uma possível conciliação para solver a questão entre as partes”, revelou.
“E assim o emissário agia, reiteradamente, sempre lhe advertia sobre a atuação do Des. Sebastião de Moraes, Relator dos Embargos que tinha rumo à Câmara Estendida, usando os seguintes termos: “ou faz acordo ou perde tudo”, completa o documento.
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