Pesquisa realizada pelo Datafolha revela um cenário preocupante e polêmico sobre a avaliação da população em relação à atuação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, na gestão da tragédia climática que assolou o estado em maio de 2024. As fortes chuvas resultaram em 179 mortes confirmadas, com 33 pessoas ainda desaparecidas. Este artigo aborda os principais pontos da pesquisa, trazendo uma análise aprofundada sobre as percepções da população brasileira e gaúcha a respeito da condução das autoridades durante este desastre.

A pesquisa do Datafolha foi conduzida entre os dias 17 e 22 de junho de 2024, com 2.457 entrevistas em nível nacional e 567 entrevistas específicas no estado do Rio Grande do Sul. A margem de erro é de dois pontos percentuais para a amostra nacional e quatro pontos percentuais para a amostra gaúcha, ambas com um nível de confiança de 95%.

Avaliação nacional

Presidente Lula: 36% dos entrevistados avaliaram a condução do presidente como ótima ou boa, enquanto 32% a consideraram ruim ou péssima.
Governador Eduardo Leite: A atuação do governador foi vista como ótima ou boa por 35% dos brasileiros, e 23% a avaliaram como ruim ou péssima.

Avaliação regional (Rio Grande do Sul)

Presidente Lula: Entre os gaúchos, 40% consideraram a condução do presidente durante a tragédia como ruim ou péssima, enquanto 31% avaliaram como ótima ou boa.
Governador Eduardo Leite: No Rio Grande do Sul, 36% dos entrevistados viram a atuação de Leite como ótima ou boa, 31% como regular, e 32% como ruim ou péssima.

As enchentes causaram danos significativos em 478 municípios, resultando em 806 feridos. Entre os gaúchos afetados, 77% afirmaram que suas cidades sofreram com as enchentes. Quando questionados sobre a conduta dos prefeitos:

34% consideraram a gestão municipal ótima ou boa.
34% avaliaram como regular.
31% julgaram como ruim ou péssima.

A pesquisa revela uma divisão clara na percepção pública sobre a gestão de crises por parte de autoridades nacionais e locais. Enquanto a avaliação de Lula e Leite apresenta resultados semelhantes no panorama nacional, a opinião dos gaúchos sobre a atuação presidencial é notavelmente mais crítica. Este descompasso pode ser atribuído a fatores regionais específicos e à resposta imediata das autoridades locais.

A análise detalhada dos dados do Datafolha oferece uma compreensão mais profunda das opiniões divergentes entre a população brasileira e a gaúcha sobre a condução da tragédia climática. A percepção pública, fundamental em tempos de crise, reflete a multiplicidade das expectativas e a eficácia das respostas governamentais. É imperativo que tanto o governo federal quanto o estadual continuem a trabalhar de forma coordenada e transparente para mitigar os impactos e prevenir futuras catástrofes.

Não é de somenos a escolha do ministro Paulo Pimenta, em maio, para atuar como autoridade federal na nova estrutura de Apoio à Reconstrução do Rio Grande do Sul. Segundo informações do Palácio do Planalto, em Porto Alegre, é mais larga a aprovação do presidente Lula, do governo e do PT – a despeito da pesquisa do Datafolha.