A recente votação na Câmara Federal sobre a controversa "PL dos estupradores" tem gerado uma repercussão extremamente negativa, provocando manifestações e revoltas em todo o país. Esse projeto de lei, amplamente criticado por defensores dos direitos das mulheres e de vítimas de violência sexual, é visto como um retrocesso significativo nas políticas de proteção e apoio às vítimas de estupro.
 

Esse cenário lembra o caso de 2020, quando o ginecologista Olímpio Moraes, diretor médico da Universidade de Pernambuco, enfrentou uma situação semelhante ao ser hostilizado enquanto realizava uma interrupção de gravidez em uma menina de 10 anos, vítima de estupro no Espírito Santo. Naquele momento, ele foi chamado de "assassino" por manifestantes, mas não se deixou intimidar. Hoje, ele permanece firme em sua posição de que é essencial falar e agir contra injustiças, dizendo:
 

"Alguém tem de falar. Eu posso ficar velho, mas não terei sido omisso. Deixar de falar por covardia ou omissão não combina comigo. O problema é o silêncio dos bons."
 

Moraes destaca a importância de não se calar diante de situações que violam direitos humanos e reitera que a omissão e a covardia não são opções para aqueles que buscam justiça e dignidade para todos. A sua postura corajosa serve como um lembrete da responsabilidade coletiva de se opor a políticas que perpetuam a violência e a opressão, especialmente contra os mais vulneráveis.