02/06/2024 - 11:09 | Atualizada em 02/06/2024 - 11:37
Bonny Fonseca
Dá tanta preguiça de morar no Brasil, é muito trabalhoso ser brasileiro. Puta saco desse pragmatismo e dessa luta, quase em vão, para se ter garantido o básico. Isso tudo porque a política é só uma demagogia conceituada e cultuada que atravessou os séculos, por aqui é outra coisa.
Se está difícil, sejamos pessimistas para evitar a fadiga, porque nos porões do Congresso Nacional, legislativos Brasil afora e dentro de tribunais, procuradorias, promotorias, corregedorias além das associações representativas do mercado sempre pode surgir algo pior.
Olha essa última. Vão privatizar as praias, é isso mesmo que você leu, já pensou? Você goiano que gosta tanto de ir para o nordeste além de pagar as passagens de avião, hospedagem agora pode ter que pagar sua ida à praia. Se a sua acomodação já for na praia, certamente o preço vai estar incluso. Essa história me lembrou um vídeo infeliz dos anos 90 gravado com banhistas na praia de Copacabana, no Rio de Janeiro.
A protagonista deste vídeo, que abre e fecha os depoimentos na matéria, se posicionou sobre a declaração anos depois, nos anos 2010. Ela se disse profundamente envergonhada do que disse e que na época sua metalidade como pessoa de cidadã era completamente diferente da que de agora.
Eu seria leviano em não ponderar a forma generalizada com que essa informação foi noticiada, mas para vender uma notícia é preciso chamar a atenção. A PEC das práias não prevê a privatização das praias em si. Esses terrenos, chamados de terrenos de marinha, correspondem a uma faixa que começa 33 metros depois do ponto mais alto que a maré atinge. Ou seja, esses terrenos não abrangem a praia e o mar, região geralmente frequentada pelos banhistas. Essa parte continuaria pública. Os terrenos de marinha correspondem a uma camada mais atrás da praia, onde ficam geralmente hotéis e bares.
De acordo com a atual legislação, os terrenos de marinha podem até ser transmitidos para herdeiros, por exemplo, mas as terras de fato pertencem a União. Para isso, esses empreendimentos têm que pagar impostos específicos.
O texto discutido no Senado e relatado por Flávio Bolsonaro (PL-RJ), prevê a autorização para a venda dos terrenos de marinha para empresas e pessoas que já estejam ocupando a área. Ainda de acordo com o texto, às áreas deixariam de ser compartilhadas entre a União e quem ocupa aquele local, que passariam a ter apenas um dono.
O Poral G1 ouviu a diretora de Oeceado e Gestão do Ministério do Meio Ambiente, Ana Paula Prates e ele explicou que o projeto abre uma brecha para privatizar o acesso à praia, e não a praia em si, uma vez que a parte frequentada pelos banhistas continua pertencendo à União.
Ou seja a faiza de areia e onde as ondas quebram não teriam dono, continuariam pertencendo ao povo e ao Estado brasileiro, mas o texto abre a possibilidade do empreendimento cercar o terreno impedindo a passagem de banhistas na faixa de areia, como já é comum e vários resorts localizados em quase toda a costa brasileira.
“São áreas de restinga, mangues, dunas, pedaços de praia mais para cima, entradas de rios. São locais que vivem sob a influência da maré e têm ligação direta com o aumento do nível do mar. Esses terrenos são a salvaguarda para a adaptação da mudança do clima”, disse Prates.
Vocês entenderam que estão vendendo as praias? Virou tudo negócio, interesse e dinheiro. Prova viva e cabal disso é que o jogador Neymar, aquele que ama beijar um gramado, desorgulho nacional, investiu em um empreendimento.
Antes mesmo da aprovação pelo Congresso, um projeto imobiliário já é vislumbrado para o litoral nordestino, que conta com a participação de Neymar como sócio. O empreendimento é desenvolvido pela incorporadora Due e é projeto para ser construído entre o litoral sul de Pernambuco e o norte de Alagoas, o que inclui 28 imóveis de luxo.
A proposta tem um potencial de faturamento estimado em R$ 7,5 bilhões e foi apelidado por Neymar de “Caribe brasileiro”, conforme o jogador anunciou em um vídeo no Instagram. “Estou empolgado com a parceria com a Due para transformar o litoral nordestino e promover desenvolvimento social e econômico na região”, comemorou Neymar.
Após descobrirem o esquema do menino Ney começaram a troca de acusações nas redes sociais entre a atriz e modelo Luana Piovani e o jogador. O comediante Diogo Defante foi às redes para declarar que é contra a PEC e o jogador o chamou de fanfarrão e otário. O empreendimento biolionário indo por mar a baixo e se afundo pode ter irritado o jogador.
Enquanto isso em outro lugar a boiada está passando, vamos lá desmantelem o Brasil, pátria amada e ordem e progresso virou texto de slogan.
Assista o vídeo abaixo
https://www.jornalopcao.com.br/colunas-e-blogs/faltou-dizer-colunas-e-blogs/a-politica-sempre-foi-negocio-dinheiro-e-interesse-essa-historia-de-patriota-e-balela-609465/
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