O ainda ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres, referindo-se ao
atentado terrorista evitado pela Polícia Civil do DF, disse no Twitter que é "importante aguardarmos as conclusões oficiais" para as "devidas responsabilizações".
Novamente Anderson Torres vacila para não contrariar Jair Bolsonaro. Limitou-se a oficiar a Polícia Federal para "acompanhar a investigação".
O ministro usa o termo 'artefato' para se referir à bomba armada pelo apoiador radical de Jair Bolsonaro em um caminhão-tanque carregado com querosene de aviação. O paraense
George Washington de Oliveira Souza, 54 anos, em ato terrorista, pretendia explodir o caminhão e matar centenas de pessoas. Assim, pretendia dar ao presidente Bolsonaro uma desculpa para decretar Estado de Sítio e impedir a posse do presidente eleito e diplomado Luiz Inácio Lula da Silva. Só não causou uma tragédia no Aeroporto JK porque o motorista do caminhão desconfiou do pacote e acionou a Polícia Civil, que agiu prontamente.
Na casa do paraense a polícia encontrou um verdadeiro arsenal.
Confissão
George afirmou, em depoimento à polícia, que participou dos atos de vandalismo cometidos por bolsonaristas no centro de Brasília no último dia 12. Disse que conversou "com os PMs e os bombeiros responsáveis por conter os manifestantes que me disseram que não iriam coibir a destruição e o vandalismo desde que os envolvidos não agredissem os policiais".
Alegou ainda que "ali ficou claro para mim que a PM e o bombeiro (sic) estavam ao lado do presidente e que em breve seria decretada a intervenção das Forças Armadas".
Ainda segundo o depoimento, o preso disse que "ultrapassados quase um mês, nada aconteceu e então eu resolvi elaborar um plano com os manifestantes do QG do Exército para provocar a intervenção das Forças Armadas e a decretação de estado de sítio para impedir instauração do comunismo Brasil".
Reprodução/TV Globo
O preso afirmou que o atentado foi planejado por integrantes de atos em favor do presidente Jair Bolsonaro (PL), que ocorrem no quartel-general do Exército, em Brasília.
O futuro ministro da Justiça de Lula, Flávio Dino, já avisou que
não há hipótese de negociação ou perdão para atos antidemocráticos e de terrorismo.
"Não há pacto político possível e nem haverá anistia para terroristas, seus apoiadores e financiadores", disse Flávio Dino.