01/11/2022 - 08:19
Redação
As operações da Polícia Rodoviária Federal (PRF) realizadas no último domingo (30/10), dia do segundo turno da eleição, para fiscalizar veículos de passeio e ônibus especialmente na região Nordeste – onde o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva teve seu maior percentual de votos – levantou suspeitas sobre uma tentativa coordenada de interferência indevida no processo eleitoral e colocou essa força de segurança no centro do debate político brasileiro.
O ministro Alexandre de Moraes, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), já havia determinado que essas operações não fossem realizadas no dia do pleito, mas a ordem foi desobedecida.
No domingo, a coligação de Lula chegou a pedir que o diretor-geral da PRF, Silvinei Vasques, fosse preso se não interrompesse as blitzes de trânsito. Moraes então reforçou sua determinação e foi atendido no início da tarde.
O próprio Vasques havia pedido voto para o presidente Jair Bolsonaro em seu perfil no Instagram, reforçando as acusações de que a força de segurança teria sido aparelhada pelo presidente e estava sendo utilizada para seus fins políticos. Nesta segunda-feira, a PRF voltou ao noticiário diante da falta de ação contra caminhoneiros bolsonaristas que bloquearam diversas rodovias pelo país, em protesto contra o resultado eleitoral e a vitória do petista.
O sociólogo Luis Flávio Sapori, professor da PUC Minas e coordenador do Centro de Estudos e Pesquisa em Segurança Pública (Cepesp), afirma em entrevista à DW que Bolsonaro, ao longo de seu governo, aproveitou-se do fato de que a PRF é uma força de segurança relativamente nova, sem tanta autonomia e coesão interna como a Polícia Federal (PF), para instrumentalizá-la.
Em relação aos bloqueios das rodovias, Sapori considera ser de praxe a busca da PRF por uma ordem judicial que justifique o desbloqueio, mas projeta dificuldades para a normalização do tráfego enquanto Bolsonaro não der um sinal claro para os caminhoneiros que o apoiam agirem nesse sentido – e avalia ser possível que, mesmo com uma liminar judicial, a força de segurança não a execute com afinco.
Sapori considera que uma prioridade do novo governo Lula deveria ser revogar a ampliação das competências da PRF estabelecida pela gestão Bolsonaro, e nomear um novo diretor-geral técnico e preocupado em garantir a autonomia da força de segurança.
https://www.dw.com/pt-br/bolsonaro-fez-com-a-prf-o-que-n%C3%A3o-conseguiu-com-a-pf/a-63611689
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