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Após novo reajuste, caminhoneiros discutem greve nesta segunda-feira

INCONFORMIDADE

20/06/2022 - 10:25 | Atualizada em 20/06/2022 - 18:14

Eduardo Marques

Após novo reajuste, caminhoneiros discutem greve nesta segunda-feira

Foto: Reprodução

Representantes dos caminhoneiros devem se reunir na manhã desta segunda-feira, 20, por videoconferência para falar sobre a possibilidade de greve nacional, após o aumento da gasolina e do diesel pela Petrobras na última sexta-feira, 17. Em alguns estados brasileiros há registros de paralisação por parte da categoria. A estatal reajustou o preço do diesel em 14,26% e da gasolina em 5,18%.

O presidente do Conselho Nacional do Transporte Rodoviário de Cargas (CNTRC), Plínio Dias, respondeu que greves devem ocorrer “por todos os lados” do país. No entanto, nos últimos anos, muitas paralisações foram anunciadas pelos profissionais, mas, por divisões de grupos, muitos liderados por apoiadores de Bolsonaro, e por ações do governo, não tiveram muita adesão. Resta saber se agora, próximo das eleições, essa categoria vai “parar” novamente o Brasil.

Para o presidente do Sindicato dos Transportadores Autônomos de Goiás (Sinditac-GO), Vantuir Rodrigues, toda sociedade é atingida por essa política de preços da Petrobras. Assim, ele afirma que não adianta falar em ICMS – principal defesa do presidente Bolsonaro (PL) para reduzir o combustível -, pois o problema é o preço de paridade de importação (PPI), política adotada pela companhia.

“Essa política de mudar o ICMS é eleitoreira. Porque é o PPI que influencia nos constantes reajustes. Isso aí [do ICMS] é rixa do presidente com os governadores. Bolsonaro está prejudicando todo mundo, mas o PPI, que é o que beneficia os acionistas, e isso ele não fala”, afirmou.

Em nota divulgada à imprensa para justificar o reajuste da gasolina, diesel e gás de cozinha (GLP), a direção da Petrobras não deixa claro que o principal responsável pela disparada dos preços é o PPI, a política definida pelo governo federal para a estatal calcular o valor dos combustíveis no país.

Ao contrário do que sugere a companhia, não foi a guerra entre Rússia e Ucrânia o que gerou preços impagáveis no Brasil. Esse episódio apenas piorou a situação, já que, desde o segundo semestre do ano passado, o brasileiro já vem pagando os maiores valores de combustíveis da história.

Levantamento do Observatório Social da Petrobrás (OSP), organização ligada à Federação Nacional dos Petroleiros (FNP), aponta que o custo da estatal para extrair petróleo, somado ao de refinar um barril equivalente de petróleo, caiu 3 centavos entre o 4º trimestre de 2021 e o mesmo período do ano anterior.

Isso representa uma variação negativa de custo de 0,3%. A estimativa não leva em consideração as participações governamentais, que variam junto ao preço do barril, o que fez a companhia ter que pagar mais por barril ao Estado.

Nesse mesmo período, o “Preço derivados básicos no Brasil (R$/bbl)”, calculado pela empresa, subiu 81%. Já o valor do barril de petróleo em reais aumentou 86%. Ou seja, mesmo não variando o seu custo de produção e apenas tendo que pagar mais royalties, a Petrobras teve um reajuste no preço dos derivados superior a 80%. Esses valores elevadíssimos foram os responsáveis por um lucro recorde, distribuído aos acionistas da estatal.

Já o ICMS, que é o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços, é um tributo estadual que incide sobre produtos de diferentes tipos. Segundo Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT) trata-se da maior fonte de renda fiscal do governo.

 

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