A ministra do Supremo Tribunal Federal Cármen Lúcia afirmou que as atitudes antidemocráticas presentes no Brasil são reflexos de “repetições históricas tristes do que ainda não conseguimos superar”. Em entrevista ao jornal O Globo, a magistrada disse que a compreensão da República para os brasileiros é “mais dificultosa” por conta da história de colonização “extremamente impositiva e autoritária”.

“Somos uma democracia em que há antidemocratas ainda. Então é preciso que a gente construa socialmente a democracia e a República mais amplas. Isso é o que nos faz mais republicanos”, disse.

Cármen Lúcia também destacou a liberdade de imprensa como parte do direito fundamental à informação. De acordo com a ministra, tornar a magistratura mais compreensível é parte da democratização da justiça.

“A autoridade tem de ser exercida democraticamente, não autoritariamente. Quando a gente proclama o resultado, diz que ‘acolhe os embargos com efeitos infringentes para prover o agravo regimental no recurso especial’, o cidadão não entende”, afirmou.