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PF prende ex-secretário de Estado em operação contra o tráfico internacional de drogas

Político preso é pré-candidato a deputado em Mato Grosso

19/04/2022 - 07:39 | Atualizada em 20/04/2022 - 10:42

Redação

PF prende ex-secretário de Estado em operação contra o tráfico internacional de drogas

Objetos de luxo apreendidos na casa de doleiro durante a Operação Descobrimento

Foto: Divulgação/PF

 A Polícia Federal deflagrou, na manhã desta terça-feira (19/4), a Operação Descobrimento, com o objetivo de desarticular organização criminosa especializada no tráfico internacional de cocaína.

Estão sendo cumpridos 43 mandados de busca e apreensão e sete mandados de prisão preventiva nos estados da Bahia, São Paulo, Mato Grosso, Rondônia e Pernambuco. Em Portugal, com o acompanhamento de policiais federais, a polícia portuguesa cumpre três mandados de busca e apreensão e dois mandados de prisão preventiva nas cidades do Porto e Braga.

Prisão em Cuiabá
Nilton Borgatto (PSD) foi preso em Cuiabá, em um prédio de luxo. Ele é ex-secretário da Seciteci pasta que ocupou entre 2019 e março deste ano. Deixou o cargo para ser candidato a deputado federal nas eleições de outubro. Borgatto é ex-prefeito de Glória D'Oeste, localizada na faixa de fronteira com a Bolívia.

O advogado Rowles Magalhães foi alvo de busca e apreensão nesta terça-feira. Em sua residência foram encontrados objetos de luxo e moedas em euros, real e dólar. Ele foi lobista do contrato do VLT e delatou que deputados teriam cobrado propina para aprovar o modal.

Investigações

As investigações tiveram início em fevereiro de 2021, quando um jato executivo Dassault Falcon 900, pertencente a uma empresa portuguesa de táxi aéreo, pousou no aeroporto internacional de Salvador/BA para abastecimento. Após ser inspecionado, foram encontrados cerca de 595 kg de cocaína escondidos na fuselagem da aeronave.

Segundo informado pela PF à época, a empresa dona da aeronave tem como um dos sócios, o advogado Rowles Magalhães Pereira da Silva, que ficou conhecido em Mato Grosso após denunciar um esquema de pagamento de R$ 80 milhões em propina nas obras do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT).

A partir da apreensão, a Polícia Federal conseguiu identificar a estrutura da organização criminosa atuante nos dois países, composta por fornecedores de cocaína, mecânicos de aviação e auxiliares (responsáveis pela abertura da fuselagem da aeronave para acondicionar o entorpecente), transportadores (responsáveis pelo voo) e doleiros (responsáveis pela movimentação financeira do grupo). 

 As medidas judiciais foram expedidas pela 2ª Vara Federal de Salvador/BA e pela Justiça portuguesa. A Justiça brasileira também decretou medidas patrimoniais de apreensão, sequestro de imóveis e bloqueios de valores em contas bancárias usadas pelos investigados.

A PF contou com a colaboração da DEA (Drug Enforcement Administration - Agência norte-americana de combate às drogas), da Unidade Nacional de Combate ao Tráfico de Estupefacientes da Polícia Judiciária Portuguesa e do Ministério Público Federal.
 

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