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Vacinação de crianças é defendida por infectologistas, pediatras e Conass

19/12/2021 - 09:03 | Atualizada em 20/12/2021 - 17:15

Jô Navarro

Vacinação de crianças é defendida por infectologistas, pediatras e Conass

Foto: Pfizer/divulgação

"São mais de 2.500 crianças e adolescentes que nós perdemos no nosso país, um grande impacto dessa doença nessa população. Eu vejo como excelente a vinda de uma vacina em termos de proteção para essas crianças", disse a infectologista Rosana Richtmann, da Sociedade Brasileira de Infectologia.

A vacina para crianças, assim como para adolescentes e adultos, não pode ser usada politicamente. Os antivacinas deveriam ser responsabilizados pela morte de cada criança a partir da data em que a Anvisa autorizou a vacinação para a faixa etária de 5 a 11 anos.

O Conass (Conselho Nacional de Secretários de Saúde), assim como as associações de infectologia e pediatria recomendam o uso da vacina contra a covid-19 em crianças.

Nota do Conass

O Conass (Conselho Nacional de Secretários de Saúde) manifesta apoio à decisão técnica da Anvisa em aprovar a indicação da vacina desenvolvida pela Pfizer/Wyeth para crianças da faixa etária de 05 a 11 anos. Destaca-se que o imunizante já foi aprovado para esta faixa etária pela Agência Europeia de Medicamentos (EMA), pela Agência Americana Food and Drug Administration (FDA) e pelo governo de Israel.

Tendo em vista que para dar início à vacinação nesta faixa etária será necessária formulação específica desta vacina com um terço da fórmula “padrão” (10 microgramas por dose), o Conass aguarda posicionamento do Ministério da Saúde quanto à sua aquisição, o que é de sua competência.

Aguardamos também, com expectativa, o processo de avaliação da vacina Coronavac, do Instituto Butantan, para a vacinação de crianças e adolescentes de 03 a 17 anos, já amplamente utilizada em outros países, com disponibilidade imediata no Brasil e desenvolvida em plataforma conhecida, segura, eficaz e que permite a execução ordinária das demais vacinas do Programa Nacional de Imunização (PNI).

É importante destacar o alerta da Organização Mundial da Saúde (OMS), que aponta que o público entre 05 e 14 anos é o mais afetado pela nova onda de Covid-19 na Europa e, apesar do menor risco em relação a outras faixas etárias, nenhuma outra doença imunoprevenível causou tantos óbitos em crianças e adolescentes no Brasil em 2021 como a Covid-19. A pandemia ainda não acabou e a completa vacinação de toda a população brasileira é urgente.


Ministério da Saúde resiste

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou ontem (18) que a decisão do governo em vacinar crianças de 5 a 11 anos será tomada no dia 5 de janeiro, após audiência pública a ser realizada no dia anterior. Em conversa com jornalistas, Queiroga disse que a autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) não é decisão suficiente para viabilizar a vacinação para esse grupo.

“[Só a autorização da Anvisa] não é suficiente. Porque, se você olhar todas as políticas públicas do Ministério da Saúde e verificar todas as autorizações que a Anvisa deu em relação a medicamentos, a dispositivos médicos, basta ver o que tem autorizado pela Anvisa e o que está incorporado no SUS [Sistema Único de Saúde]. São avaliações distintas”, explicou o ministro.

É a primeira vez que o Ministério da Saúde realiza audiência pública para decidir se agirá para salvar vidas. A estratégia do ministro Queiroga atende ao desejo do presidente Jair Bolsonaro, que se manifestou publicamente contra a vacinação de crianças e chegou a ameaçar, em live na última quinta-feira (16), "quem autorizou". Bolsonaro cobrou a divulgação dos nomes (que são de conhecimento público) para que "as pessoas se manifestem". A Anvisa reagiu por meio de nota, reafirmando que se baseia na ciência e lembra que diretores foram ameaçados de morte. 

Nota da Anvisa
Em relação às declarações do Sr. presidente da República durante live em mídia social nesta quinta-feira, 16 de dezembro de 2021, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária comunica: 

A Anvisa, órgão do Estado brasileiro, vem a público informar que seu ambiente de trabalho é isento de pressões internas e avesso a pressões externas.  

O serviço público aqui realizado, no que se refere à análise vacinal, é pautado na ciência e oferece ao Ministério da Saúde, o gestor do Plano Nacional de Imunizações (PNI), opções seguras, eficazes e de qualidade. 

Em outubro do corrente ano, após seus dirigentes e seu corpo funcional sofrerem ameaças de morte e de toda a sorte de atos criminosos por parte de agentes antivacina, no escopo da vacinação para crianças, esta Agência Nacional se encontra no foco e no alvo do ativismo político violento. 

A Anvisa é líder de transparência em atos administrativos e todas as suas resoluções estão direta ou indiretamente atreladas ao nome de todos os nossos servidores, de um modo ou de outro. 

A Anvisa está sempre pronta a atender demandas por informações, mas repudia e repele com veemência qualquer ameaça, explícita ou velada, que venha constranger, intimidar ou comprometer o livre exercício das atividades regulatórias e o sustento de nossas vidas e famílias: o nosso trabalho, que é proteger a saúde do cidadão.
 

Antonio Barra Torres, diretor-presidente 

Meiruze Sousa Freitas, diretora  

Cristiane Rose Jourdan Gomes, diretora  

Rômison Rodrigues Mota, diretor  

Alex Machado Campos, diretor 
 

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