Jair Bolsonaro fez um grave ataque ao TSE e STF. Na live em que prometeu - e não cumpriu - apresentar provas de fraude eleitoral, acusou o presidente do TSE, ministro Luis Roberto Barroso, de ter interesse em eleger outro candidato em 2022.
O presidente também acusou falsamente o STF de cometer crime ao decidir que Estados, municípios e União têm responsabilidade concorrente na gestão da pandemia.
Alguns ministros do STF defendem abertura de inquérito contra o presidente Bolsonaro. A insistência do presidente em divulgar fake news, atacar as instituições e ameaçar a democracia pressiona ainda mais a Câmara dos Deputados. O presidente da Casa, Arthur Lira, já manifestou por diversas vezes que confia no sistema eleitoral brasileiro, nas urnas eletrônicas e não está disposto a embarcar numa aventura golpista.
Está nas mãos de Lira a abertura de processo de impeachment, que afastará de imediato o presidente por 180 dias, período de tramitação na Câmara.
Descontrolado, Jair Bolsonaro mandou recado para sua claque depois de uma enxurrada de fake news em rede nacional: "Vocês sabem o que tem que fazer". Age de forma idêntica ao ex-presidente Donald Trump, que incitou seguidores a invadir o Capitólio, alegando fraude nas eleições, refutadas pela Justiça.
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Judiciário e o Legislativo têm o dever de salvaguardar as instituições, a Constituição Federal e evitar o derramamento de sangue pretendido por Bolsonaro, que usa a mentira como método para aplicar um autogolpe.
Não podemos mais tolerar o intolerável. Jair Bolsonaro não tem competência, inteligência, além de ser responsável pela morte de milhares de brasileiros por falta de vacinas e pela divulgação de tratamento ineficaz contra a covid-19.
O vice-presidente da Câmara dos Deputados, Marcelo Ramos (PL-AM), escreveu no Twitter: "Já passou da hora do STF, Câmara e Senado colocarem um limite a postura golpista e conspiratória do Presidente da República. Se não fizeram isso agora, quando decidirem fazer, será tarde demais. Todos que se acham protegidos hoje podem ser as próximas vítimas".