Reportagem exclusiva da revista Crusoé mostra a promiscuidade de ONGs de fachada que abocanham mais de R$ 17 milhões por meio de emendas parlamentares para beneficiar aliados do governo federal.
Segundo a revista, as ONGs receberam do governo ou tiveram empenhados a dinheirama, com prestação de contas fraudulentas aprovadas sem nenhum critério pelo governo.
Nas sedes das entidades, salas vazias, residência de dirigentes e até uma loja de artigos para usuários de maconha, sem nenhuma atividade que justifique o repasse de milhões de reais.
O dinheiro chega às ONGs por meio de emendas parlamentares. A Crusoé apurou os seguintes envolvidos:
Associação Beneficente Mão Amiga - dirigida por ex-funcionária (exonerada no início de julho) do Ministério da Mulher, Helieth Dolores Pereira Duarte. A entidade recebeu em junho
R$ 200 mil reais por meio de emenda do deputado federal Vitor Hugo (PSL).
A loja Cultura Verde, que comercializa produtos para usuários de maconha, recebeu R$ 1,2 milhão por meio do Fundo nacional de Turismo e da Fundação Cultural Palmares. No endereço da loja está registrada a
ONG Centro de Estudos para o Desenvolvimento da Cidade, dirigida por Flávia Portela, que foi candidata a deputada distrital em Brasília. O dinheiro foi empenhado por meio de emendas impositivas de deputados bolsonaristas. Entre eles,
Paula Belmonte, esposa de Luís Felipe Belmonte, apoiador de Jair Bolsonaro e articulador do Aliança pelo Brasil.
O
Centro Desportivo e Social Eu Pratico já recebeu R$ 1 milhão da Secretaria Nacional de Promoção e Defesa da Pessoa Idosa, por meio de
emenda da deputada Paula Belmonte, entre 2019 e 2020. A deputada
Bia Kicis (PSL) destinou mais R$ 200 mil reais, empenhados para 2021.
A
ONG Grupo de Resgate Animal (GRA) recebeu no dia 29 de dezembro R$ 3 milhões, por meio do Fundo Nacional de Saúde (FNS), em
emenda carimbada pela deputada do Centrão Celina Leão, que emprega em seu gabinete a
ex-mulher de Jair Bolsonaro, Ana Cristina Valle. Outras duas ONGs receberam, em 2021, R$ 1,2 milhão em emendas da mesma parlamentar: a
Associação Luta Pela Vida, presidida pelo ex-procurador-Geral da Companhia Geral de Abastecimento, Rômulo Sulz Gonsalves Junior.
O FNS também empenhou, no ano passado
R$ 7,1 milhão ao Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal. Os empenhos são de
emendas de Flávia Arruda, hoje Secretária de Governo de Bolsonaro, e do
ex-deputado do PP Roney Nemer, marido de Flávia e alvo da Operação Pandora.
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