19/07/2021 - 10:35 | Atualizada em 20/07/2021 - 09:03
Felipe Cardoso
Dados recebidos pela CPI da Pandemia no Senado – tratados, por sinal, como sigilosos pela imprensa nacional – dão conta de que a farmacêutica Vitamedic, com sede em Anápolis, teria financiado anúncios assinados pela Associação Médicos pelo Brasil em defesa do tratamento precoce contra o coronavírus.
O tratamento em questão seria feito à base de medicamentos como cloroquina, ivermectina, zinco e vitamina D. Ocorre que, conforme mostrado pelo jornal Folha de S. Paulo, a Vitamedic – a empresa que supostamente financiaria as publicações, feitas em fevereiro – é uma das principais produtoras da ivermectina do Brasil, medicamento que compõe o chamado “kit covid”.
Isso fez com que o suposto financiamento fosse enxergado como uma ação carregada de conflitos de interesses, haja vista que, conforme mostrado pelo jornal paulista, os dados que chegaram até a CPI mostraram que a Vitamedic aumentou a venda das caixas do medicamento em 1.230%.
Isso significa que as negociações anuais saíram do patamar de 5,7 milhões em 2019 para 75,8 milhões em 2020. A estimativa é que, com isso, o grupo tenha arrecadado R$ 734 milhões apenas com este único medicamento que compõe o kit covid.
Ainda de acordo com o jornal paulista, os documentos entregues à Comissão confirmam que a Vitamedic foi, de fato, a contratante responsável pelo pagamento dos conteúdos publicitários.
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