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Pacheco se queima perante senadores e ministros

CPI DA COVID-19

08/07/2021 - 09:19

Diego Escosteguy

Pacheco se queima perante senadores e ministros

Foto: Fábio Rodrigues Pozzebom / Agência Brasil

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, foi criticado pesadamente por colegas à esquerda, ao centro e à direita ontem (quarta) à noite, após a resposta considerada dócil, em plenário, à nota da cúpula das Forças Armadas. Nela, o ministro da Defesa, Braga Netto, e os comandantes afirmam, em tom desafiador, que "não aceitarão qualquer ataque leviano" aos militares, em dita resposta ao presidente da CPI da Pandemia, Omar Aziz.

Entre parlamentares influentes e ministros do Supremo, a nota foi imediatamente interpretada como uma ameaça ao Congresso e uma tentativa de intimidação inaceitável aos trabalhos da comissão. Enquanto discutiam como reagir, parlamentares e ministros foram surpreendidos com as palavras doces do presidente do Senado. Em vez de defender o Legislativo e o senador Aziz, Pacheco elogiou as Forças Armadas.

Em face de uma afronta institucional tão contundente, esses parlamentares e ministros trocaram mensagens e ligações no decorrer da noite, preocupados com o possível "descontrole" dos militares, como definiu um deles. Houve consenso acerca da tibieza da postura do presidente do Senado. Um ministro do Supremo observou que o momento requer firmeza política e intransigência institucional.

Esse grupo informal de autoridades forma uma espécie de cordão de isolamento institucional ao que percebe ser ataques do presidente Jair Bolsonaro ao Judiciário e ao Legislativo. Até o começo da madrugada, senadores reclamavam a alguns deles que Pacheco não entendeu a gravidade da situação política do país. Pediam ajuda.

As críticas ao presidente do Senado foram ainda mais duras porque todos sabem que ele participa de uma articulação improvável - e um tanto estabanada - para ser indicado ao Supremo no lugar de André Mendonça. Alguns senadores e ministros enxergaram cálculo e pragmatismo onde pode haver apenas um jeito conciliador de fazer política.

 

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