A CPI da Pandemia ouve Wilson Witzel, ex-governador do Rio de Janeiro, nesta quarta-feira (16), a partir das 9h. O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), vice-presidente da comissão, e o senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) são autores dos requerimentos de convocação de Witzel.
Witzelfoi beneficiado por um habeas corpus junto ao Supremo Tribunal Federal (STF) para ter o direito de decidir sobre seu comparecimento à CPI da Pandemia. A defesa do ex-governador argumentou que ele já é investigado e que a obrigação de ir à CPI seria um desrespeito a seu direito de não incriminação. O ministro Kássio Nunes Marques decidiu na véspera do depoimento que deixou Witzel livre para comparecer ou para responder as perguntas feitas pelos senadores.
O vice-presidente da CPI, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), porém, afirmou que o ex-governador estará presente na comissão nesta quarta. Segundo Randolfe, “mesmo tendo a liminar em HC [habeas corpus] deferida", Witzel informou que irá depor.
Começa a reunião.
Omar Aziz (PSD-AM) abriu a reunião para escutar o ex-governador do Rio de Janeiro Wilson Witzel. O STF concedeu habeas corpus que permite que Witzel fique calado, além de não precisar assumir o compromisso de dizer a verdade.
Otto Alencar (PSD-BA) criticou declaração de Bolsonaro, ontem, contra a vacina CoronaVac. “Ele não tem conhecimento, não é médico, e fala de forma irresponsável para confundir o povo brasileiro”, disse o senador.
A CPI aprovou a quebra do sigilo de 21 documentos encaminhados à comissão. A maior parte dos dados foi enviada pelos ministérios da Saúde e das Relações Exteriores. A medida deve facilitar análise das informações pelos senadores.
O depoente disse ter sofrido perseguição política e relatou que ouviu do ex-ministro da Justiça Sergio Moro um recado, segundo o qual Bolsonaro o teria mandado “parar de dizer que quer ser presidente”.
O ex-governador afirma que estranhou o comportamento de Sérgio Moro, que não o anunciou e não quis tirar foto ao seu lado, afirmando que não poderia dar notoriedade aquele encontro. Segundo o depoente, Moro teria afirmado que o 'chefe' pediu para que Witzel parasse de "dizer que queria ser presidente".
Witzel acusou a subprocuradora Lindora Araújo de ser parcial nas investigações envolvendo repasses federais aos estados. Ele pediu afastamento da procuradora porque estaria claro o interesse dela na narrativa do governo federal. foi cassado por ter investigado morte de Marielle Franco. “Tudo começou porque mandei investigar sem parcialidade o caso Marielle. Quando foram presos os dois executores, a perseguição contra mim foi inexorável”.
Logo depois chegou à sala da CPI o senador Flávio Bolsonaro, que discutiu com o depoente e interrompeu perguntas do relator sem inscrição. Para Randolfe Rodrigues, o depoente está claramente sendo intimidado.
Renan Calheiros e Randolfe Rodrigues ofereceram a possibilidade de uma reunião secreta, aceita pelo ex-governador. Witzel, que disse que aprofundará declarações sobre provas contra Flávio Bolsonaro em reunião reservada da CPI.
Sobre a Abin paralela citada por Bebianno, Witzel diz que há cooptação das estruturas para pegar pesado no momento oportuno.
Witzel disse que o "aparelhamento" do Estado "contamina as instituições" e serviu de preparação para o governo federal "jogar pesado contra governadores e prefeitos" durante a pandemia. Afirmou que durante reuniões com o Ministério da Saúde, foi cogitada a tese de contaminação de rebanho como estratégia para enfrentamento à pandemia do novo coronavírus.
Witzel afirmou que as declarações do presidente Jair Bolsonaro atrapalharam implantação de medidas sanitárias no estado. Wilson Witzel destacou ainda que há omissão na coordenação central e em dialogar com os governadores para encontrar solução nacional.
Afirmou que o Supremo Tribunal Federal (STF) não limitou as ações do governo federal na pandemia. Na verdade, o Supremo deu aos governadores e aos prefeitos as condições necessárias pra suprir a omissão do governo, ressaltou.
Randolfe Rodrigues (Rede-AP) disse que vai apresentar requerimento para depoimento em reservado de Witzel. O ex-governador afirmou que revelará, em reunião sigilosa, "fato gravíssimo", que envolve a intervenção do governo federal.
Ao ser questionado pelo senador Eduardo Girão (Podemos-CE) sobre investigações de superfaturamento enquanto ele foi governador do Rio, Witzel deixou a CPI, amparado pelo habeas corpus a ele concedido pelo STF.
Nós usamos cookies e outras tecnologias semelhantes para melhorar a sua experiência em nossos serviços. Ao utilizar nosso site, você concorda com tal monitoramento. Para mais informações, consulte nossa Política de Privacidade.