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Ex-comandante da PM teria ordenado dispersão de ato

TEM QUE SER PRESO

06/06/2021 - 10:24 | Atualizada em 06/06/2021 - 10:44

Magno Martins

Ex-comandante da PM teria ordenado dispersão de ato

Foto: Reprodução

Um documento interno da Polícia Militar de Pernambuco passou a circular amplamente, hoje, uma semana depois da ação do Batalhão de Choque contra manifestantes que participavam de ato contra o Governo Federal, no centro do Recife. O ofício detalha como ocorreu a operação e aponta que o ex-comandante geral da PM Vanildo Neves Maranhão Neto, exonerado após a repercussão negativa, foi o responsável por determinar até mesmo a dispersão com bombas e balas de borracha. 

Dois homens alheios ao protesto perderam a visão de um dos olhos após serem atingidos por balas de borracha. Em ao menos três momentos, o documento que o Comandante da Prontidão direcionou ao Subcomandante do Choque enfatiza a determinação de Vanildo Neves. 

De acordo com o relato, a ordem do Comando Geral da PM para a dispersão dos manifestantes foi dada às 10h20, quando houve a determinação de que o Choque se deslocasse à Praça do Derby, ponto de concentração do protesto. A justificativa utilizada para a ação policial foi o decreto estadual com medidas de restrição contra a Covid-19.

Com a caminhada tendo início, às 10h50, ele relata que recebeu ligação do comandante do Batalhão de Choque e que dois pelotões se deslocariam para a Praça da Independência, onde seria o local em que o ato chegaria ao fim.

"Destarte, fizemos o deslocamento paralelo aos manifestantes e chegamos na Praça do Diário por volta das 11h10. No local, a Tropa de CHOQUE foi posta na Av. Guararapes, por ser um local de fácil dispersão para os manifestantes (em caso de intervenção) e por ser mais seguro para os transeuntes que passavam no local", alega.

"Por volta das 11h30 o Cap PM Máximo (Oficial de Supervisão) chegou ao local e incorporou na Tropa de Choque, neste mesmo momento, recebi uma ligação do Maj PM Feitosa, Coordenador do Copom, me informando que a determinação do Comandante Geral da PMPE era para que: se os manifestantes avançassem em direção à Praça do Diário, era para a Tropa de Choque realizar a dispersão via CDC, usando os meios dispostos", detalha.

Durante o relato, o oficial diz que alguns manifestantes chegaram a "hostilizar os PMs do Choque com palavras de baixo calão". "Saliento-vos que a todo momento, foi mando o controle do efetivo, que se mantenha passivo apenas com a ação de presença. Porém, alguns manifestantes se aproximaram da “formação em linha” do pelotão de Choque e arremessaram pedras e 02 (dois) deles tentaram “furar” e transpor o bloqueio dos escudeiros da tropa", continua.

"Este oficial recebeu novamente uma ligação do Coordenador do Copom (Maj PM Feitosa), informando que a determinação do Comandante Geral da PMPE era dispersar todos os manifestantes que estavam presentes", diz mais adiante. Ele também chega a dizer que "toda ação foi pautada pela legalidade e com determinação dos escalões superiores citados acima".

Após a ação policial considerada desastrosa, oito policiais, que não tiveram os nomes revelados, foram afastados. O próprio comandante geral da PM acabou exonerado três dias depois e ontem foi a vez de o secretário de Defesa Social, Antônio de Pádua, cair.

 
 

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