07/10/2012 - 19:58
Euler de França
O populismo de matiz conservador perdeu em São Paulo. Restou provado também que, em política, o brasileiro é mais laico do que religioso. Celso Russomano, que apresentou-se como o candidato das massas e dos religiosos — seu partido, o PRB, é controlado pela Igreja Universal —, acabou perdendo a chance de ir para o segundo turno para dois candidatos que, embora se apresentem como católicos, não são religiosos fervorosos. Sobretudo, são de esquerda, uma esquerda social democrática. De acordo com as pesquisas de boca de urna, José Serra, do PSDB, e Fernando Haddad, do PT, disputam a Prefeitura de São Paulo no segundo turno.
No segundo turno, o PRB de Russomano vai acompanhar Fernando Haddad. Mas há dois problemas. Ressentido por ter perdido, especialmente por ter sido muito criticado pela campanha de Haddad, Russomano vai emprestar um apoio meio distanciado e frio. Segundo, o eleitor de Russomano não é “de” Russomano, quer dizer, o líder do PRB não transfere votos automaticamente. “Seu” eleitorado não tem dono e, por isso, vai ser disputado com unhas e dentes por Serra e Haddad.
A disputa de São Paulo, na qual perdeu aquele que liderou durante boa parte do tempo, mostra que campanha, tanto a de rua quanto a de televisão e rádio, funciona mesmo. Russomano desidratou-se durante a campanha. O “bom moço” foi dinamitado durante no confronto com a biografia dos adversários. A campanha tirou-lhe a aura de santo e, ao humanizá-lo, deixou patente que não era um político muito diferente dos outros.
No segundo turno, Serra terá no governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, e no prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, seus principais generais eleitorais. Haddad conta com o apadrinhamento do ex-presidente Lula e da ministra da Cultura, Marta Suplicy. Além, é claro, da presidente Dilma Rousseff. O problema chave é que o eleitor de São Paulo tem o hábito de votar naquele que avalia que realmente tem condições de governador uma metrópole tão complexa. O apadrinhamento conta, mas nem tanto. O eleitor vai ficar de olho mesmo é em Serra e em Haddad.
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