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'PSB é partido emergente e vive ascensão meteórica'

14/09/2012 - 10:10

Redação

Fora do cenário que concentra os partidos tradicionais, o PSB vem conquistando cada vez mais espaço na conjuntura política brasileira. Não à toa Eduardo Campos, governador do estado de Pernambuco, é um dos nomes mais cotados para disputar as eleições presidenciais em 2018 na aliança do partido com o PT.

De acordo com Aldo Fornazieri, cientista político da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo (Fespsp), o partido de Campos é o de maior destaque da atualidade.

"Sem dúvida, PSB é o partido que mais emerge no país e vive ascensão meteórica. Projetou lideranças novas, como o Eduardo Campos, atingindo uma colocação no cenário nacional. Deve conseguir cada vez mais espaços nas corridas eleitorais. Isso já acontece nas municipais, vide Recife e Belo Horizonte", explica Fornazieri.

Já para Renato Pfeffer, professor de ciências políticas do Ibmec, os partidos vivem uma crise generalizada. "O crescimento do PSB não é sustentável, tampouco ideológico. Os partidos têm que conviver com esse problema em comum. Ganham espaço ou perdem rápido demais".

Fornazieri considera que a aliança do PSB com o PT "foi fundamental para que o partido se credenciasse e ganhasse espaço. Além da relevância que foi atribuída a eles, Campos se tornou um potencial candidato para postular a presidência em 2018 pela aliança PT-PSB. Por mais que o partido venha ganhando espaço, sair como candidato do atual bloco da força, lhe daria mais chances de vencer as eleições".

O especialista da Fespsp avalia que outro fator que pode atrapalhar o crescimento do partido é o PMDB, que é da base do atual governo. "O PMDB é um fiel da balança da governabilidade. Muitos perguntam se o partido será capaz de enfrentar o PSB e conseguir o apoio petista para postular a própria candidatura".

Pfeffer acredita que os partidos não têm uma postura definida no cenário doméstico. "Hoje, os partidos não são fortes, há figuras emblemáticas que despontam e atraem votos para a legenda. Não tem uma estrutura partidária consolidada e as plataformas ideológicas não são claras".

Entre os partidos menos expressivos, Fornazieri destaca que alguns não têm muita projeção no futuro. "O PSD não deve aguentar mais do que três eleições, porque não há espaço para outra legenda no centro. Teria que bater de frente com o PMDB, que é praticamente imbatível, já que é o herdeiro do processo de democratização. Vida longa do PSD não deve ser longa, porque não tem espaço ideológico para o partido".

Sobre os partidos que polarizaram as mais recentes disputas eleitorais, o cientista político acredita que o PT perdeu sua identidade assim que chegou ao poder. "Já o PSDB está em declínio, perdendo cada vez mais espaço. Foi uma formação partidária importante, mas parece que as lideranças atuam deliberadamente para querer liquidar o partido, dado o número de erros que cometem", analisa Fornazieri.

Segundo Pfeffer, as legendas com menos expressividade devem promover muitas mudanças para conseguirem um espaço relevante a longo prazo. "Os partidos nanicos possuem uma postura sectária e por isso não tem o apoio da classe média. A única alternativa para um partido crescer no Brasil é definindo uma postura ideológica e um compromisso programático e estabelecer alianças com partidos que tenham ideologias parecidas", finaliza.

 

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